A Patinagem Artística do Famalicense AC regressou aos treinos online, com o novo confinamento. A equipa treinada por Ângela Cardoso trabalha, essencialmente, a condição física, mantendo, ao mesmo tempo, a ligação entre atletas, clubes e modalidade.
“Os treinos no pavilhão estão completamente parados, mais uma vez. Regressamos assim aos treinos online, tal como o fizemos no primeiro confinamento”, começou por referir Ângela Cardoso, treinadora da Patinagem Artística do Famalicense, que “vamos treinando para manter as atletas ativas”.
Ângela Cardoso salientou que “trabalhamos, essencialmente, o aspeto físico porque nem todas as atletas têm condições e espaço para poderem treinar com os patins. Nesta altura vamos tentar que elas percam o menos possível a condição física, para quando se puder regressar aos treinos no pavilhão estarem o melhor possível para retomar o trabalho da patinagem”.
“UM BALDE DE ÁGUA FRIA”
Para Ângela Cardoso este novo confinamento “é um balde de água fria para todos nós” e lembrou que “depois do primeiro confinamento, em que estivemos parados cinco meses, regressamos aos treinos em julho. Os treinos começaram com alguma regularidade em setembro e este mês estávamos já a preparar a época, pois já tinham saído os calendários nacionais e regionais”.
A treinadora do Famalicense referiu que “as atletas estavam motivadas nos treinos, mas a primeira paragem deixou muitas marcas. Ainda estávamos a recuperar o ritmo de calçar os patins e fazer todos os movimentos. Não estávamos ainda na melhor forma, porque isso leva tempo”.
“MODALIDADE METICULOSA”
Até porque “a Patinagem Artística é uma modalidade muito meticulosa, com muitos pequenos movimentos, que ao não treinar regularmente perdem-se facilmente, ainda mais na Formação, onde os atletas estão a crescer e acabam por perder a noção corporal. Tentamos minimizar o mais possível. Fomos dizendo para calçarem os patins, mesmo não podendo treinar, já é importante por os patins nos pés para depois não magoarem, nem causarem bolhas”.
Depois é preciso tempo…“com todas as restrições impostas, nós acabamos por ter menos meninas em cada treino e não podíamos ter mais horas de treino. Estávamos a adaptarmo-nos o melhor possível às condições que tínhamos”.
“O PIOR DE TUDO ACABA POR SER ESTA INCERTEZA”
Para Ângela Cardoso o pior de tudo “acaba por ser esta incerteza. Estamos parados e não sabemos se é por 15 dias, um mês, dois meses ou três. Isto é o mais complicado porque não nos permite planificar nada. Antes do confinamento estávamos a preparar a equipa para as provas já marcadas e agora não sabemos quando podemos regressar ao pavilhão”.
A treinadora do Famalicense recorda que na primeira fase desta pandemia “não tivemos grandes baixas. Saíram algumas atletas, mas nada significativo. Em dezembro, quando os números começaram a aumentar, já sentimos mais porque as pessoas ficaram cansadas de tantas restrições e com medo da situação. Agora não sei o que vai acontecer. Depende um pouco do tempo que demorar…certo é que em termos de trabalho vai perder-se muita coisa”.
Ângela Cardoso terá de começar, praticamente, do zero… “esta é a realidade com que vivemos atualmente. Claro que depois haverá desigualdades. Quem tem pavilhão próprio pode treinar mais tempo e recuperar mais facilmente. No meu caso se tiver duas horas vou aproveitá-las para treinar com patins porque não tenho outro local para o fazer. Quem tem pavilhão próprio pode trabalhar todos os aspetos as vezes que desejar”.