Lucas Braga é um dos ciclistas mais premiados da equipa de Juniores da Seissa|KTM-Bikeseven|Matias&Araújo|Frulact. O atleta de Roriz entrou em 2020, onde a sua aposta passa pela Estrada, com a Camisola de Campeão do Minho de XCO e o título de Vice-Campeão de Ciclocrosse, conquistado em Melgaço.
Lucas Braga partia assim confiante para a nova época, tendo como objetivo impor-se no ciclismo de Estrada. No entanto, a sorte não esteve do seu lado e logo na primeira prova do ano, que se disputou em Espanha, o atleta caiu e viu-se afastado de toda e qualquer atividade durante três semanas…
“TEM SIDO UMA ÉPOCA COMPLICADA”
“Tem sido uma época muito complicada”, começou por referir Lucas Braga, que lembrou que “a época começou muito mal para mim. Participei apenas numa corrida, em Espanha, e tive uma queda feia, que me deixou de fora três semanas, em que nem sequer conseguia treinar”.
“Quando estava a começar a treinar certinho para compensar o perdido surgiu a pandemia do Covid-19. Tivemos de reduzir os treinos, deixar de treinar com colegas e ficamos sem corridas”, disse ainda aquele ciclista, que adiantou que “continuo a treinar, como sempre o fiz, e sempre com a esperança de tudo voltar ao normal em breve. Para podermos treinar em equipa e ter corridas”.
Lucas Braga garante que “os treinos estão a correr bem dentro do possível. Não há uma grande motivação porque não temos ainda um calendário de provas. Depois também treino sozinho, o que também pesa um pouco”, mas “ser ciclistas é saber ultrapassar os obstáculos e as dificuldades que nos aparecem”.
CHEGAR AO WORLD TOUR E PARTICIPAR NO PARIS-ROUBAIX E NO TOUR DE FRANÇA
O ciclista de Roriz apostava este ano no ciclismo de Estrada, até porque as suas ambições passam por aí…
“O meu objetivo passa por arranjar uma boa equipa de Sub-23 para aí continuar a evoluir no ciclismo” disse Lucas Braga, que acrescentou: “não será fácil porque tive apenas uma prova e não correu bem e esta pandemia veio piorar tudo. Vamos ver como corre”.
Certo é que o ciclista barcelense pretende chegar “ao World Tour, que é o sonho de qualquer ciclista” e confessa que gostava de fazer “o Paris-Roubaix, o Tour de França”. No entanto, Lucas Braga lembra que “com tudo o que se está a passar isso pode ser apenas um sonho”.
Mostrando-se desanimado, o ciclista de Roriz referiu que “isto sem corridas é um pouco complicado. A motivação já não é a mesma. Porque nós treinávamos para as corridas, para procurar atingir as metas da equipa e as nossas. Agora só treinamos para não baixar de forma e estamos sempre a pensar quando vamos correr”.
NO CICLISMO HÁ 12 ANOS
Lucas Braga está no ciclismo há 12 anos. Começou com seis quando decidiu aceitar o desafio lançado por responsáveis da Seissa.
“Na altura o Martinho Machado e o professor Matias passaram por algumas casas a ver se os miúdos gostavam de entrar para o ciclismo. Gostei da ideia e entrei”. Tanto que abdicou do futebol para se manter no ciclismo: “na mesma altura estava para entrar para o futebol. No dia seguinte ia falar com os diretores do futebol, mas fiquei-me pelo ciclismo. Ainda fui fazer a pré-época no futebol quando era Juvenil e o mister tentou convencer-me a ficar na equipa, mas eu gostava mais do ciclismo e não sai da Seissa”.
TÍTULOS E QUEDAS
Certo é que Lucas Braga foi demonstrando as suas habilidades com a bicicleta e ao longo dos 12 anos conquistou vários troféus… “Conquistei muitos mesmo. Às vezes ponho-me a olhar para os meus troféus, as camisolas que ganhei e as da equipa… e depois rio-me porque lembro-me das quedas que tive e como aprendi a andar de bike”.
Qual é o troféu que te marcou mais? “Nem sei bem… talvez a minha primeira camisola de Campeão do Minho de Ciclocrosse. Foi uma prova mesmo competitiva e depois chegar ao fim e ganhar… ver o meu pai a chorar e dar-me um abraço foi mesmo bom. Este foi um dos melhores momentos que vivi no ciclismo”.
Com os troféus surgiram também as quedas “e foram muitas” garante Lucas Braga, que referiu que a sofrida este ano foi das piores “esta última queda foi, se calhar, das piores. Senti que era o fim quando pus o pé no chão e vi a bike naquele estado. Mas já fui tantas vezes ao chão que não sei dizer bem qual foi a pior. Algumas foram de rir e quando me lembro delas rio sempre, mas outras foram mais feias”.
“NÃO SEI DIZER QUAL É A VERTENTE QUE GOSTO MAIS”
Lucas Braga é um atleta polivalente, repartindo-se pelo BTT XCO, Ciclocrosse, Pista e Estrada. Qual a preferida? “Não sei! Nunca soube responder a essa pergunta. Gosto imenso de todas as vertentes”.
Lucas Braga começou a fazer pista há dois anos e, tal como no BTT, tem algumas histórias para contar. “Eu sinto-me à vontade na Pista, mas também já lá tive algumas quedas feias” e recordou: “uma foi como Cadete de segundo ano no ‘Nacional’. Cai e levei com um pedal nas costas, o que me impediu de fazer as duas provas seguintes. Nem éramos para fazer a Prova de Perseguição por Equipas, mas eu arrisquei e até correu bem. Só não ganhamos por um erro de um atleta. Só não apostei mais na pista porque eram muitas provas”.
Como qualquer um jovem da sua idade, Lucas Braga estuda e tenta conciliar da melhor forma os estudos e a paixão pelo ciclismo, mas confessa que às vezes é difícil…
“No ano 2019 foi muito complicado. Tive de apostar mais nos estudos e, por isso, não estava a andar tão bem, mas, por norma, consigo conciliar bem as duas coisas”.
Lucas Braga, que completa 18 anos em setembro, está no 11.º Ano e confessa que ainda não sabe bem o que pretende seguir, mas “estou a tirar curso de técnico de informática de gestão e, se calhar, vou seguir isso. É um curso que estou a gostar”.