Daniela Pereira, então a representar a SAERTEX Portugal – Edaetech, foi a grande vencedora da prova de Elites Femininos do 3.º BTT XCO Tesouros do Ave, que se realizou há precisamente um ano no circuito de Cross Country Olímpico de Porto de Ave – Póvoa de Lanhoso.
O dia foi de chuva, mas as lutas foram intensas nas várias categorias. Em Elites femininas Daniela Pereira travou uma luta interessante com Leandra Gomes, que corria, praticamente, em casa, mas acabou por cortar a meta com uma vantagem de três minutos, ficando a um pequeno passo de revalidar o título de Campeã do Minho.
“ADORO O FORMATO DA PISTA E ACHO QUE É MUITO COMPLETA”
Daniela Pereira, que venceu cinco das seis provas do Campeonato do Minho de BTT XCO, confessa que tem boas memórias da pista da Póvoa de Lanhoso: “foi na pista Tesouros do Ave que fiz o meu primeiro Campeonato Nacional de XCO e é uma pista onde costumo treinar muitas vezes. Adoro o formato técnico dela e acho que é muito completa. Além disso está desenhada de forma a ser toda acessível pelo público, portanto tem sempre muita gente a dar-nos força e a assistir. O senhor José Lopes Araújo fez um ótimo trabalho nesta pista e é merecedor de toda a consideração dos atletas, não há muita gente a criar condições tão espetaculares para podermos treinar e competir”.
Quanto à prova do ano passado, Daniela Pereira referiu que “o ano passado, apesar de terem participado apenas duas elites femininas, eu e a Leandra, senti que foi uma prova bem disputada, pois a Leandra está também muito familiarizada com a pista. Por outro lado, devido à fraca adesão de Elites Femininas, tento sempre bater-me com os Cadetes masculinos e isso torna sempre o ritmo mais competitivo”.
A APOSTA NO CICLISMO DE ESTRADA
Daniela Pereira mudou, entretanto, de vertente e de clube. Este ano enveredou pelo ciclismo de Estrada e alinha na equipa do Maiatos. Sem competições desde março, devido ao coronavírus, a ciclista de Famalicão não tem descurado a preparação…
“Eu sou muito focada em tudo que faço. A falta de competição não tem sido um entrave à minha preparação até porque como me comparo sempre comigo própria, é como se estivesse constantemente em competição e isso dá-me um objetivo”, referiu Daniela Pereira, que adiantou que “felizmente tive a oportunidade de competir na Estrada mesmo antes de ser decretado o estado de emergência. E isso atenua um pouco a expectativa, uma vez que é uma vertente nova”.
“SERIA MUITO MAU SE O CICLISMO (FEMININO) NÃO FIZESSE PELO MENOS UMA PROVA”
Quanto ao futuro, a ciclista famalicense considera que será muito negativo se não houver competições este ano…
“Por motivos profissionais decidi fazer Estrada porque o calendário ficava ‘arrumado’ em quatro fins de semana. Chegaria a junho com a época concluída. Pelo lado do coração, tenho saudades das corridas e desejo muito que voltem. Pelo lado da razão, não dava jeito nenhum. Mas claro que não pensando só em mim, em termos de modalidade, seria muito mau se o ciclismo (feminino) não fizesse pelo menos uma prova”.
“Se não acontecer ciclismo, e, principalmente, ciclismo feminino, este ano, tendo em conta que outras modalidades já andam aí a funcionar, é sinal de que o ciclismo está a ocupar um lugar pouco relevante no nosso país. E é um mau indicador. Por isso é que, dando jeito ou não, tem de se realizar provas de ciclismo ainda este ano”.
ESTREIA COM VITÓRIA EM BARROSELAS
Daniela Pereira entrou a vencer na época de Estrada de 2020 ao vencer o Prémio de Ciclismo de Barroselas: “a estreia correu mesmo bem, apesar das condições climatéricas que estavam, foi uma experiência boa. Senti-me confortável no pelotão, junto com os rapazes… Fiz uma boa leitura da corrida e tudo correu bem. Fundamentalmente não me aleijei, nem aleijei ninguém e eu cheguei a ver quedas feias em Barroselas”.