Marcelo Gabriel chegou a Portugal para fazer um estágio na Seissa|KTM-Bikeseven|Matias&Araújo|Frulact e tentar ganhar um lugar no ciclismo. O ciclista brasileiro, do interior do Estado de São Paulo, sonha um dia chegar ao mais alto patamar do ciclismo mundial, mas sabe que, para lá chegar, tem muito que aprender e trabalhar.
Para já, e tal como aconteceu com todos os desportistas e não só, Marcelo está obrigado a treinar em casa… não a sua, porque está bem longe do Brasil, mas em Roriz, Barcelos, na companhia do seu colega Victor de Paula.
“ESTOU COM SAUDADES DE FICAR COM AQUELA ADRENALINA E NERVOSISMO NA HORA DA CORRIDA”
“Eu e o Victor moramos juntos, e fazemos todos os nossos treinos juntos, estamos a treinar no rolo e a fazer funcional durante a manhã” começou por referir Marcelo Gabriel, que confessou: “é muito difícil acordar, olhar lá para fora e muitas vezes ver o céu lindo e não poder pedalar na rua”.
“Estou com saudades de ficar com aquela adrenalina e nervosismo na hora da corrida” disse ainda o ciclista brasileiro, que está no se segundo ano de Júnior.
QUILÓMETROS E NÚMERO DE ATLETAS SÃO AS GRANDES DIFERENÇAS PARA O BRASIL
Marcelo Gabriel teve a oportunidade de participar em quatro corridas antes da interrupção das provas devido à pandemia do Covid-19, tendo obtido resultados interessantes.
“Desde que cheguei a Barcelos fiz quatro corridas, uma de BTT, terminei em terceiro lugar no XCO de Melgaço. E fiz três corrida de estrada. No Circuito do Guadiana, em Dom Benito, Espanha, terminei no 29.º lugar, no Prémio Cidade de Fafe fui quarto e no Prémio de Ciclismo de Barroselas fiz nono lugar”, referiu o ciclista brasileiro, que garante que “há grandes diferenças entre as provas do Brasil e daqui. No Brasil apenas fazemos circuitos e de poucos quilómetros. E depois há o número de atletas. Nunca corri com tantos atletas como aconteceu nas provas aqui”.
Das corridas que disputou, Marcelo Gabriel considera que “sem dúvida, a corrida mais difícil foi a do Circuito de Guadiana… partimos 200 atletas e houve uma queda logo no começo, apenas 20 atletas conseguiram passar sem cair. Depois esteve um dia de muita chuva e muito frio”.
“Uma das grandes dificuldades que encontramos aqui foi mesmo o tempo. No Brasil é bem quente e aqui está muito frio e chove muito”, disse Marcelo Gabriel.
MARCELO: “O MEU GRANDE OBJETIVO É APRENDER TUDO NO CICLISMO”
Quais os seus objetivos com esta experiência em Portugal? “O meu grande objetivo é aprender tudo no ciclismo. Esta é uma experiência que me vai permitir crescer como atleta, vou, com certeza, tornar-me uma pessoa melhor. E acredito que me pode abrir a porta para uma equipa profissional”.
“Todo o atleta brasileiro sonha em poder competir na Europa. Eu hoje estou a ter a minha oportunidade. É difícil acreditar, mas treinei muito para chegar até aqui”, disse Marcelo, que acrescentou: “apesar de todas as diferenças e do tempo, até comecei bem a época em Portugal. Claro que tenho excelentes companheiros e estou numa grande equipa e, por isso, tenho a certeza de que vamos conseguir conquistar muitos pódios”.
Com a suspensão das corridas Marcelo Gabriel e Victor de Paula tentam passar da melhor forma o tempo “é mais difícil porque não temos corridas e não podemos treinar na rua. Mas nós ocupamos bem o tempo. Treinamos juntos e depois fazemos alguns jogos, como ténis de mesa, dardos e até temos uma bola de futebol para brincar um pouco”.
“É MUITO DIFÍCIL FICAR LONGE DAS COISAS QUE SE AMA: FAMÍLIA E TREINAR FORA DE CASA”
Difícil mesmo é estar longe de casa…ainda por cima quando não se poder treinar e correr. “Tem que se ter a cabeça muito boa porque não é nem um pouco fácil ficar longe das coisas que você ama, a família e treinar fora de casa. É muito difícil. O que me deixa mais forte é ver todo o apoio que a minha família e amigos do Brasil me dão”.
“SEISSA É UMA FAMÍLIA”
De resto, “em Roriz também não nos te faltado apoio e estão sempre a apoiar e incentivar”, disse Marcelo Igor, que garante que “esta minha aventura na Seissa está sendo incrível”.
Marcelo Gabriel explicou que “este é o sonho de todos os ciclistas brasileiros” e adiantou que “eu vim para fazer um estágio na equipa e encontrei aqui um ambiente incrível. A Seissa transformou os nossos sonhos em realidade”.
“A Seissa não é apenas uma equipa, mas sim uma Família. Adaptei-me muito bem e com a ajuda deles me sinto em casa”.