A Darque Kayak Clube faz um balanço extremamente positivo do arranque da época 2020. O clube presidido por Américo Castro entrou na nova temporada com um grupo de mais de 70 atletas e alcançou resultados de relevo logo nas primeiras provas, quer em Slalom, quer nas águas lisas e ainda se estreou na paracanoagem.
O ano prometia muitas e boas novidades para a Darque Kayak Clube, que conseguiu um importante apoio para a preparação de Antoine Launay para os Jogos Olímpicos de Tóquio, entretanto adiados para 2021. A pandemia do covid-19 veio alterar os planos da Darque KC, mas não belisca a sua ambição de querer levar a canoagem a cada vez mais crianças de forma a que eles se divirtam a praticar desporto.
AMÉRICO CASTRO: “O ANO 2020 ARRANCOU MUITO BEM”
Américo Castro, presidente da Darque Kayak Clube, mostrou-se muito satisfeito com o arranque da época: “depois de três meses em trabalho de pré-época, de outubro a dezembro, o ano 2020 arrancou muito bem. Tivemos o maior número de atleta de sempre no arranque do ano, sete dezenas, prevendo-se que, a este ritmo, no final do ano ultrapassemos o número de cerca de 80 federados do ano anterior, isto se a epidemia não se agravar”.
Segundo aquele responsável o mês de janeiro “foi promissor para os escalões de formação. A nível de infantis, que venceram a Taça de Portugal de Slalom masculinos e foram segundos nos femininos, com muitas estreias na especialidade. Na Taça Ibérica também estiveram na conquista de várias medalhas internacionais vencendo a prova de infantis”.
“Nos escalões de seniores e juniores, foi o género feminino a estar em destaque ao vencer todas as competições em K1 e C1 absoluto, na prova Internacional de Slalom de Fridão, com a conquista de cinco das seis medalhas internacionais em disputa”.
ESTREIA DE RICARDO ESTEVES NA PARACANOAGEM
Já nas águas lisas “a Darque Kayak Clube apresentou-se no controle nacional de velocidade em boa forma e estreou o seu primeiro atleta de paracanoagem. Ricardo Esteves venceu a sua categoria. A maior parte dos atletas da DKC logrou vaga no Campeonato Nacional de Fundo, com boas performances” referiu Américo Castro, que quanto ao Campeonato Regional de Fundo lembrou que “a DKC teve o seu recorde do número de atletas inscritos numa só prova, foram 57. Importava, sobretudo, aferir a condição dos atletas para o Campeonato Nacional de Fundo, lançar um número de atletas importantes a nível da formação, e foram muito os que tiveram a sua primeira prova. Isso foi conseguido com grande êxito, apesar das imensas dificuldades provocadas pelo mau tempo que ensombrou a prova”.
RAFAELA ARAÚJO ELEGÍVEL PARA A SELETIVA NACIONAL
As boas notícias não terminaram por aqui: “a Darque Kayak Clube viu a atleta Rafaela Araújo ser elegível pela Federação Portuguesa de Canoagem para participar, em C1, na seletiva nacional para apuramento dos atletas que vão integrar a Seleção Nacional de Pista para as competições internacionais”.
Antoine Launay, atleta que garantiu a presença nos Jogos Olímpicos, também recebeu uma boa notícia “teve um apoio de peso da Câmara de Viana do Castelo para a sua preparação para Tóquio 2020, com um financiamento de 25 mil euros. Na sua primeira prova, Antoine foi terceiro na Taça de Espanha, atrás dos dois medalhados no campeonato do mundo de slalom”.
DARQUE PROMOVEU O LEMA “FIQUEM EM CASA”
Depois de tão boas notícias “aconteceu esta hecatombe da epidemia” disse Américo Castro, que referiu que a Darque KC tomou logo medidas: “a reação da DKC foi de imediato encerrar todas as atividades, elaborou em tempo recorde um plano de contingência, promoveu o lema ‘fiquem em casa’, adquiriu e distribuiu kits de material desportivo pelos atletas, avaliou os espaços e materiais desportivos de cada atleta e colocou os seus técnicos a trabalhar nas planificações, na motivação, nos estímulos e no treino que os atletas vão tendo em casa. Este trabalho físico em casa tem com objetivo manter a forma física possível e ajudar as famílias a manter ocupados os jovens e as crianças. O Antoine, após os treinos em Londres, regressou a casa aconselhando todos os atletas a fazer o mesmo”.
Com as competições suspensas e a indecisão quanto ao futuro, Américo Castro não arrisca falar sobre o resto da época: “é cedo e imprudente fazer previsões” e adiantou: “é importante passar a mensagem de que devemos ficar em casa. As federações deveriam bater-se por essa mensagem, pois é uma mensagem que salva vidas”.
“COMO TODOS OS ANOS TEMOS MUITAS CRIANÇAS E JOVENS QUE INICIAM A SUA PRATICA DESPORTIVA NA CANOAGEM”
Até ao surgimento do coronavírus, a Darque KC estava determinada em levar a canoagem ao maior número de crianças e jovens: “como todos os anos temos muitas crianças e jovens que iniciam a sua prática desportiva na canoagem. O fundamental para os mais novos é que se divirtam e estejam bem formados como atletas e como pessoas e que a competição seja parte dessa diversão e formação”.
Para angariar atletas para as suas equipas, a Darque KC “promove a canoagem através de muitas vias, desde publicitar as suas atividades e a abertura de inscrições, quer com a náutica nas escolas, onde movimenta mais de 1200 alunos por ano”.
“FICAR EM CASA SALVA VIDAS”
Com tudo parado, o clube de Darque vai aproveitando “para reparar embarcações, arrumar o clube, planificar, motivar os atletas todos os dias e orientá-los para o treino em casa. Aproveitamos para fomentar ações de solidariedade fornecendo alguns excedentes do nosso dispensário médico para algumas instituições doando batas, máscara, luvas e álcool sobrantes. A grande dificuldade é não poder fazer treinos coletivos e ir treinar para a água. A lei não o permite. As orientações da DGS também não o recomendam. O bom senso também não o permite”.
“Infelizmente a nível nacional nem todos os atletas estão a cumprir o confinamento, pois há alguns oportunistas que, lamentavelmente, perspetivam nestas proibições uma oportunidade para ultrapassar os outros que sabem estão parados, saem de casa, vão para a água e colocam as vidas em risco, obcecados que estão com resultados e competição” disse Américo Castro, que adiantou que “não é por acaso que o exemplo vem de cima, dos Jogos Olímpicos, no sentido do adiamento para o ano das competições. É necessário que as instituições próprias reflitam e passem a mensagem de que ‘ficar em casa salva vidas’ e de que a continuidade da época é de somenos importância”.