António Morgado foi o grande vencedor do 32.º Grande Prémio do Minho, prova que terminou hoje com uma etapa inserida no Circuito de Santo António em Amares, e que viu o vimaranense Rúben Rodrigues fazer quarto lugar na etapa e na geral e Noah Campos (ACR Roriz) conquistar a Camisola Branca.
António Morgado sai de Amares como o principal protagonista da 32.ª edição do Grande Prémio do Minho, prova que contou com três etapas e um total de 283,6 quilómetros.
O ciclista da Bairrada pedalou isolado parte do percurso e cortou a meta ao fim de 3:31 horas, deixando o primeiro grupo perseguidor a 6:32m.
A etapa de Amares, a mais longa deste GPM, começou, praticamente, com os ciclistas ao ataque. Na fuga estiveram envolvidos 10 ciclistas, que, curiosamente, se mantiveram, praticamente todos, na luta pela corrida e terminaram no top10 da etapa e onde estacavam os minhotos Rúben Rodrigues (Bairrada) e Luís Moreira (CC Barcelos).
Na subida para a Nossa Senhora da Abadia, onde estava instalada a primeira contagem da montanha, o grupo foi perdendo elementos…Diogo Sousa (Silva & Vinha/ADRAP/Sentir Penafiel) manteve-se firma no grupo da frente e venceu o prémio de montanha.
Na descida para Bouro Santa Maria o grupo de 10 elementos, agora composto por António Morgado, Gonçalo Tavares, Daniel Lima, Rúben Rodrigues e Francisco Cordeiro (Bairrada), Urko Vidal (Limousin/Oriako), Tiago Nunes e Diogo Sousa (Silva&Vinha/ADRAP/Sentir Penafiel) e Daniel Jorge (Póvoa Academy(CDC Navais), juntou-se e seguiu junto vários quilómetros e sempre a aumentar a vantagem para o pelotão.
À passagem do km40 Rúben Rodrigues e António Morgado aceleram e deixaram os restantes ciclistas sem reação.
António Morgado descai, entretanto, e junta-se ao grupo, enquanto Rúben Rodrigues pedala sozinho vários quilómetros, vencendo as metas volantes em Rendufe (km 57,8) e Amares (km 61.8).
O ciclista de Guimarães é alcançado pouco antes da chegada a Bouro Santa Maria e é então que saem do grupo Francisco Cordeiro (Bairrada) e Urko Vidal (Linousin – Oriako).
Ainda antes da segunda passagem pela Abadia (segunda contagem de montanha) Tiago Nunes e António Morgado juntam-se ao duo da frente. O ciclista do Bairrada acelera e foge ao grupo, vencendo o segundo prémio de montanha.
A partir daí já ninguém consegue reagir ao ataque de António Morgado, que foi ganhado tempo ao pelotão.
Daniel Lima, Francisco Cordeiro, Rúben Rodrigues, Tiago Nunes, Diogo Sousa e Gonçalo Tavares chegaram juntos à meta, gastando mais 6:32m que o vencedor.
António Morgado sai do Grande Prémio do Minho com a vitória na etapa de hoje, que estava inserida no Circuito Santo António de Amares, a vitória na classificação geral – Camisola Amarela – e na classificação por Pontos (Camisola Verde).
Gonçalo Tavares (Bairrada), que sofreu um incidente a meio da etapa e chegou a cair, venceu a geral da montanha, com 44 pontos, e confirmou a vitória na camisola azul.
Diogo Sousa (Silva&Vinha/ADRAP/Sentir Penafiel) terminou a etapa na sexta posição, o que o levou a ascender ao quinto lugar da classificação geral e assumiu a camisola verde, da geral da juventude.
Noah Campos, Landeiro/KTM/Matias&Araújo/Frulact, foi o vencedor da camisola branca, de melhor ciclista das equipas da ACM.
Por equipas, o Bairrada venceu todas as etapas confirmou a vitória no Grande Prémio do Minho de 2022. A Landeiro/KTM/Matias&Araújo/Frulact) fez segundo lugar e o Póvoa Cycling Academy/CDC Navais foi terceiro.
RÚBEN RODRIGUES: “ETAPA ESTAVA DENTRO DAS MINHAS CARACTERÍSTICAS”
Rúben Rodrigues, ciclista de Guimarães da Bairrada, foi um dos protagonistas da etapa de hoje, ao percorrer vários quilómetros a solo, vencendo duas metas volantes e garantindo o quarto lugar da geral do Grande Prémio do Minho.
O vimaranense sai satisfeito do GP Minho muito satisfeito… “O balanço é muito positivo. Conseguimos fazer primeiro, segundo, terceiro e quarto em todas as etapas e na geral também e não só com os quatros atletas do costume, demos o lugar a um colega que nos ajuda bastante e isso ainda foi melhor”.
Sobre a etapa de hoje, Rúben Rodrigues referiu que “foi muito dura, mas estava dentro das minhas características individuais e da própria equipa. Foi uma etapa que nos favoreceu. Foi uma etapa muito mexidas desde início. Queríamos proporcionar a etapa para que o nosso colega Francisco Cordeiro fizesse uma boa posição. E foi isso que fizemos, ele foi para a fuga de início, fizemos a ponte na primeira passagem na subida e como íamos num restrito foi sempre a controlar, a ajudá-lo e ele faz terceiro na etapa. O que é muito bom”.
Andaste algum tempo isolado, custa muito andar sozinho? “Por acaso custa. O sol e o que se avizinhava era demasiado duro para aquele esforço individual. Na altura foi o meu treinador que me disse para ficar na fuga, mas percebi que não me sentia confortável ali e então recuei um bocado e voltamos a forçar na subida”.
Para Rúben Rodrigues está foi uma prova e uma vitória moralizadora… “Motiva bastante porque conseguimos ver que estamos preparados. O cenário português está um pouco abaixo do que seria desejável, mas os desafios que nos esperam nas próximas semanas vão ser um bocado mais difíceis… Acho que este foi um bom teste para o que vem aí”, disse o ciclista de Guimarães.
Pela frente o Bairrada tem provas como o Rute do Albariño, a Volta a Besaya: “vou ver se faço um bom resultado na geral e se consigo ajudar a equipa”. Depois há o Europeu… “Vou ver se sou convocado, se puder estar presente no Europeu claro que vou dar tudo e ver se corre um pouco melhor do que das últimas vezes”.
NOAH CAMPOS: “ESTOU MUITO SATISFEITO”
“Estou muito satisfeito com a conquista desta camisola”, foi assim que Noah Campos, ciclista da ACR Roriz, começou por abordar a vitória na geral de melhor atleta das equipas da ACM.
Noah Campos assumiu a camisola branca, de melhor ciclista das equipas do Minho, no final da primeira etapa, que se disputou em Oliveira Santa Maria, e não mais a largou…
Sobre a etapa de hoje, o ciclista da ACR Roriz referiu que “foi muito complicada porque tinha muitas subidas e esse não é o meu ponto forte. Foi muito difícil para mim, mas consegui segurar a camisola branca”.
Afirmando que “estou muito satisfeito”, Noah Campos referiu que “não estava à espera de estar assim numa boa forma, mas apresentei-me bem na primeira etapa e ganhei a camisola branca… que passou a ser um objetivo”.
Quanto ao futuro: “vamos ver o que se vai passar”.
ANTÓNIO TAVARES: “NÃO FOI UMA VITÓRIA FÁCIL”
António Morgado vence em Amares e conquista a Camisola Amarela e Verde do GP Minho. O ciclista, n.º dois no ranking mundial, referiu que “não tinha em mente ganhar esta etapa. Queria que o Daniel ganhasse a camisola verde e depois decidiríamos quem ia ganhar a amarela, mas a etapa desenrolou-se doutra forma. Consegui isolar-me a determinada altura e vim a isolado até à meta”.
Quanto à etapa, António Morgado, que chegou à meta com uma vantagem de mais de seis minutos sobre o primeiro grupo perseguidor, referiu que “a etapa foi muito dura. O dia esteve muito quente e o percurso tinha muita subida. Não foi uma vitória fácil”.
António Morgado considerou que “este GPM teve percursos, com algumas subidas muito duras, se calhar mais duras do que algumas que encontramos lá fora, mas assim que evoluímos”.
Afirmando que “foi um bom treino”, o ciclista da Bairrada lembrou que “agora temas pela frente grandes desafios, como o Campeonato da Europa, a Volta a Besaya, onde vão estar os melhores do mundo e vamos ver como vamos estar”.
António Morgado ocupa o segundo lugar do ranking mundial e considera que “agora será difícil chegar ao topo, porque vamos fazer poucas corridas UCI, mas ter a oportunidade e chegar ao segundo lugar já é muito bom. Agora é olhos postos no Europeu e dar tudo”.
GONÇALO TAVARES: “ERA UM DOS OBJETIVOS”
Gonçalo Tavares (Bairrada) conquistou a camisola azul e assegura que “este era um dos objetivos. Queria ganhar alguma coisa nesta prova. Viemos aqui divertimo-nos e conseguimos distribuir as vitórias um pouco por toda a equipa. A equipa saiu a ganhar neste GPM e isso é muito positivo e bom de saborear”.
Gonçalo Tavares considerou que “a prova em si estava muito bem organizada, estava bem estruturada. As etapas eram duras, não podem ser sempre fáceis. Claro que o calor endureceu um bocadinho as coisas, obrigou a ter uma maior atenção, foi mais uma dificuldade para além do terreno, mas isso faz parte”.
Gonçalo Tavares apanhou hoje um pequeno susto durante o percurso… “Sim, foi um pequeno susto, coisas da corrida, só a quem não anda aqui é que não acontece”. Eu estava bem e senti-me bem durante a corrida e, por isso consegui ultrapassar bem esse percalço”.
JOAQUIM MENDES: “BALANÇO EXTREMAMENTE POSITIVO”
Joaquim Mendes, presidente da Associação de Ciclismo do Minho, faz um balanço “extremamente positivo” do 32.º Grande Prémio do Minho, que decorreu nos últimos três dias com etapas em Oliveira Santa Maria, Azurém e Amares.
“É com alguma emoção que vejo chegar ao fim esta 32.ª edição do GPM. Foi uma prova iniciada e concluída em dois meses e daí só tenho a agradecer à equipa que esteve comigo e que ajudou a pôr no terreno esta prova”.
O presidente da ACM fez ainda questão de “agradecer aos autarcas que estiveram connosco, Amares, que recebeu e etapa final, Oliveira Santa Maria, que recebeu primeira, e Azurém, que segunda. Agradecer a todos aqueles que direta e indiretamente contribuíram para que o GPM de 2022 fosse uma realidade”.
Afirmando que “este GPM foi um sucesso” Joaquim Mendes salientou que “quando iniciamos apelamos para que vencesse o melhor e ganhou aquele que nesta altura é o melhor”.
Joaquim Mendes considerou que “o que terá sido mais agreste para os atletas foram as temperaturas elevadas que marcaram estes dias. Mas isso faz acaba por fazer parte do crescimento deles, estamos a falar do último escalão de formação e esta é uma forma para eles perceberem o que os espera para aqueles que seguirem esta profissão. Até nisso podemos dizer que o GP Minho foi um bom exemplo para eles se prepararem”.
Este ano o GP Minho diferente, contou, sobretudo, com o apoio de Juntas de Freguesia e da Câmara de Amares… “Vamos ver o que o futuro nos reserva. Esta direção é nova, apesar de contar com alguns elementos do núcleo duro que já se mantinha há alguns anos na direção e por isso foi possível em dois meses por na estrada esta edição. Agora é uma questão de tempo, é o contacto com os municípios. Esta foi uma solução de recurso que resultou bem, podemos dizer que por todas as localidades que passamos, toda a gente ficou entusiasmada com o ciclismo, que é a festa do povo”.
MANUEL MOREIRA: “BALANÇO EXTRETAMENTE POSITIVO”
Manuel Moreira, presidente da Câmara Municipal de Amares, estava bastante satisfeito no final da terceira etapa do Grande Prémio do Minho, que este ano inseriu-se no tradicional circuito de Santo António de Amares.
“O balanço é extremamente positivo. Não tinha a noção deste impacto. A Câmara Municipal fez um investimento acrescido este ano, mas vale a pena. O ciclismo está muito enraizado em Amares. Não é por acaso que o Circuito de Santo António de Amares é o segundo mais antigo do país. Foi uma aposta ganha e estamos todos de parabéns pelo que conseguimos fazer. E uma palavra para os ciclistas pelo trabalho, empenho e força que tiveram por essas serras acima”.
Manuel Moreira acompanhou na caravana o GP Minho e confessou “gostei imenso de acompanhar o pelotão na caravana. Uma coisa é vermos de fora, outra é participar na corrida. Este é um aparato gigantesco e espetacular e só quem tem muita experiência consegue fazer disto um grande espetáculo. Uma palavra de apreço à organização, à ACM, FPC e à GNR, porque fizeram um trabalho excelente”.
Este ano Amares não esteve representado no pelotão… “Este ano não tivemos, mas acredito que no futuro vamos ter. Gostava de ter um amarense a participar nesta prova, fiquei orgulhoso de termos aqui minhotos, mas acredito que no futuro isso vai mudar, tal como já tivemos amarenses noutras edições”. De resto “sei que está em perspetiva uma equipa de Ciclismo de novo em Amares e eu cá estou ajudar”.
