O Campus de Guarda-redes de Hóquei em Patins, que decorreu no Pavilhão do HC Fão na passada quarta-feira, foi um sucesso. O evento, organizado pela recém-criada Academia 85 da ex-jogadora de Hóquei em Patins Ana Lopes, contou com a participação de seis atletas de três escalões, que aprenderam de tudo um pouco…
“O Campus foi um sucesso, pois foi planeado ao mínimo detalhe, quer nas técnicas quer na sua estrutura, quer na personalização”, disse Ana Lopes, que explicou que “tínhamos pedido aquando das inscrições dados importantes relativos a cada participante, o que nos permitiu direcionar o Campus para colmatar algumas lacunas formativas dos participantes”.
“Claro que foram avaliados desde a ativação/aquecimento e fomos adaptando os tempos de intervenção expositiva e prática em cada aspeto técnico que abordávamos, de acordo com grupo, ou seja, explicávamos e demonstramos a técnica, passávamos à prática e corrigíamos. Repetíamos o necessário para que todos percebessem e na prática fossem demonstrando que tinham efetivamente assimilado”.
O Campus dividiu-se em duas partes. No período da manhã, estiveram presentes seis guarda-redes: quatro Benjamins, um Escolar e um Sub-13… “Foram agrupados desta forma pois à exceção de um que já tem dois anos de guarda-redes, os restantes tinham pouco tempo de prática (de um ano a três meses apenas)”.
Da parte da tarde “contrariamente ao inicialmente planeado, direcionamos o treino para jogadores de campo, sendo que os guarda-redes que quisessem poderiam treinar também de tarde”.
O que foi transmitido aos atletas? “Após a ativação, passámos à tecnificação. Começamos pelos posicionamentos (em relação à baliza, em relação ao jogador portador da bola, encurtamento do ângulo de remate pela redução do espaço, os postes, e posições iniciais). No ponto seguinte abordamos os deslocamentos, frontais e laterais. Primeiro, foi-lhes pedido para executarem os deslocamentos, depois demonstramos e explicamos a técnica para que depois eles praticassem e fossem corrigidos sempre que necessário. Seguimos com as técnicas de defesa: abordamos novamente a posição inicial com joelho no chão e o “paso de valla” que são as primeiras técnicas a dominar. Pantalla baixa e caneleiras laterais foram ligeiramente abordadas, dada a inexperiência do grupo. Foi tempo de praticar com a máquina das bolas, usando duas balizas para que os exercícios fossem dinâmicos e exigentes”.
Posteriormente “fizemos um exercício de agilidade/foco usando as luzes de reação em frente à baliza. Das cinco luzes de várias cores, tinham de tocar nas duas que não eram vermelhas. Foi um momento importante também pela saudável competitividade, pois estavam todos a tentar apagar mais luzes que os outros. Terminamos no círculo central a desequipar sozinhos e cada um a arrumar o seu saco, com o propósito de treinar para a autonomia. Foi oferecido a cada participante uma bebida isotónica e duas barras de proteicas para ajudar a recuperar”.
No final, Ana Lopes aproveitou para falar com os pais “sobre gestão das expetativas deles e dos filhos, da responsabilidade, da autonomia, da escola e do papel da família na motivação e do reforço positivo. Falamos também da criação de uma rotina no dia dos jogos”.
Da parte da tarde “três dos guarda-redes voltaram para colaborar na tecnificação dos jogadores (os restantes não tinham disponibilidade apesar do grande interesse). Fizemos vários exercícios com materiais novos que permitiam aos atletas trabalhar técnica individual (colher e contra colher, remate enrolado, remate batido, 1 x GR e 2 x GR). Fomos corrigindo os guarda-redes sempre que necessário também. Em meio-campo fizemos um jogo com três balizas e três equipas ao mesmo, em que poderiam marcar em qualquer baliza adversária. Pretendíamos que levantassem a cabeça para observar o jogo e os adversários e tomassem uma decisão. Aos guarda-redes permitiu que tivessem de manter a concentração e reagir rápido a uma possível mudança de direção dos adversários”.
Depois “treinamos penáltis e livre diretos, fizemos breve explicação sobre o posicionamento do corpo dos jogadores e a provável direção da bola, aspeto de grande importância para os guarda-redes (observação da postura do jogador que executa uma bola parada). Terminamos a desequipar e a alongar no círculo central, mais uma vez para treinar para a autonomia”.
Ana Lopes considera que “o feedback ao Campus foi muito positivo de todos os participantes, quer pelo domínio técnico quer pela comunicação com os atletas e com os pais, aos quais foi entregue, no dia seguinte uma avaliação/feedback individual com algumas recomendações sobre o que deve, na nossa opinião ser mais trabalhado para que os atletas evoluam da melhor forma”.
No final, Ana Lopes mostrou-se bastante orgulhosa, pois “nas tecnificações que damos todas às sextas-feiras (18h-19h15) no Pavilhão do HC Fão, contamos já com elementos que estiveram neste Campus”.
De resto, a Academia 85 está já “a preparar o próximo Campus e um Torneio 3×3!”, garantiu Ana Lopes.