CICLISMO

Beatriz Pereira ‘espreita’ GPM a caminho do III Trofeo Valladolid

Beatriz Pereira, um dos grandes nomes do Ciclismo feminino de Famalicão que este ano alinha na equipa espanhola da Bizkaia-Durango, foi ontem uma espetadora atenta da primeira etapa do Grande Prémio do Minho, que se desenrolou por várias freguesias famalicenses.

A atleta, que domingo participa pelo seguindo ano consecutivo, no III Trofeo Valladolid Rosa Bravo, prova da Copa de Espanha, fez questão de ir aplaudir a sua anterior equipa – Bairrada – e, confessa, “ver algumas caras conhecidas”, mas salienta que “desta vez soube bem estar do lado de fora da corrida”.

“Neste mês que estou cheia de corridas, inclusive, vim aqui ver, mas domingo vou para Valladolid correr, na Copa de Espanha, e com o calor que se fez sentir, confesso que foi agradável estar de fora”, começou por afirmar a atleta de Famalicão, que adiantou que “é óbvio que há um bocadinho de saudades, até por causa da minha equipa, a Bairrada, que esteve brilhante nesta etapa do GP Minho”.

Beatriz Pereira referiu que “eu venho sempre cá para ver caras conhecidas, porque agora, correndo lá fora, isso torna-se mais difícil. Atualmente são sempre caras novas e ninguém me conhece” e adiantou “por um lado é muito bom porque é todo um mundo novo para explorar, mas por outro lado é bom voltar a casa e sentir-me acarinhada pelas pessoas”.

“SÃO MUITAS AS COISAS QUE APRENDI NA BAIRRADA”

Houve um sentimento especial por ver o Bairrada a correr? “Sem dúvida… até porque são muitas as coisas que aprendi na Bairrada, não só na corrida em si, mas também como espetadora dentro do carro. Muitas vezes ia ver a corrida dos Juniores no carro com o diretor desportivo, o Henrique Queiroz, e ele ia-me dizendo o que estava bem e o que estava mal, coisas que nós, em cima de uma bicicleta, não temos noção. Aprendi a ver e a ler as corridas de uma forma diferente”.

PRESENTE NA COPA DE ESPANHA

Como estás a encarar a corrida de domingo?  “É uma corrida rolante, tem cerca de 130 quilómetros, o que é um bocadinho extensa, ainda por cima num dia que se prevê muito quente, com 35 graus e trovoada. Vai ser uma corrida difícil” disse Beatriz Pereira, que adiantou: “eu já corri lá o ano passado com a Seleção Nacional, portanto, conheço parte do percurso e sei que vai ser duro, como todas as provas da Copa de Espanha”.

Afirmando que “este ano a Copa de Espanha está com um nível fenomenal”, Beatriz Pereira lembra que “acabam sempre 30 a 40 atletas, as restantes não conseguem terminar ou terminam fora de controlo. O que é bom porque significa que é uma corrida com nível e para mim é importante fazer este tipo de corridas”.

PRESENTE NA VOLTA A PORTUGAL… COM ASPIRAÇÕES NO EUROPEU

Beatriz Pereira tem pela frente outros grandes desafios. Na próxima semana participa na Volta a Portugal feminina, que se realiza de 16 a 19 de junho, pela Seleção Nacional e aguarda, depois pela convocatória para o Campeonato da Europa…

“Ainda não estou convocada para os Europeus. Em princípio a Volta a Portugal seria para preparar os Europeus. É óbvio que daqui até aos Europeus muita coisa pode acontecer, mas é um objetivo da época… e esta corrida de Valladolid passa também por preparar e ganhar ritmo competitivo para essas próximas corridas importantes que tenho pela frente”.

Olhando para estes meses que já passaram, que balanço fazes desta tua experiência por Espanha? “Tem sido uma época mais difícil do que esperava, até porque, entretanto, tenho de contar com muitos fatores externos, como a universidade, o facto de passar a ir de avião para as corridas e não de carro, como o fazia aqui, como correr com as Elites e fazer corridas de 140 quilómetros. São muitos fatores novos… eu sinto que estou a controlar a situação, sem querer controlar demasiado”.

“Acho que este ano o importante é fazer a gestão de expetativas. É importante saber que sou Sub-23 de primeiro ano e que não vou andar na frente, porque não tenho esse nível, mas também não me posso sentar e esperar que as coisas surjam. Não faz mal não terminar uma corrida, mas tenho sempre de dar o meu máximo e tenho de encontrar o equilíbrio. Não ambicionar demasiado, mas não relaxar demasiado também”.

Isso também foi algo que aprendeste no Bairrada? “Sim, sem dúvida, faz parte do ADN da equipa. Outras das coisas que aprendi no Bairrada é que o importante é andar bem lá fora, não interessa ganhares em Portugal, se depois não consegues terminar uma corrida lá fora… isso significa que tens de treinar mais. Se queres ter uma vida no Ciclismo tens de a procurar lá fora porque, infelizmente, em Portugal ainda não há ninguém a viver do Ciclismo feminino”.

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