“O balanço da fase final é positivo. Perdemos a final na negra, mas prefiro olhar para o copo meio cheio que meio vazio… ou seja, ficamos em segundo a nível nacional, tivemos a bola do jogo na mão e apesar da derrota é uma posição incrível, que fiz questão de lhes reforçar”, foi assim que José Bastos, treinador da equipa de Juvenis do SC Braga, comentou a campanha que a sua equipa realizou na Final 8, que se disputou em Braga no fim de semana.
O SC Braga chegou à Final 8 sem qualquer derrota e com poucos sets cedidos. Na Final 8 garantiu, com alguma facilidade, a presença na Final. Frente ao AJM/FC Porto entrou bem e esteve a vencer por 2-0, mas acabou por permitir a recuperação do adversário e perdeu na ‘negra’, por 2-3.
José Bastos refere que “nós tínhamos o jogo bem planeado, à imagem do que tinha acontecido no jogo anterior com o Esmoriz. Com o decorrer do jogo fomo-nos levando pela emoção, pela ânsia de ganhar, o que nos levou a cometer mais erros, deixar de seguir o plano e com o equilíbrio do jogo a equipa adversária ganhou confiança e também começou a colocar-nos em maiores situações de desconforto”.
“VER O PAVILHÃO COMPLETAMENTE ESGOTADO E A APOIAR-NOS FOI INCRÍVEL”
O facto de jogarem em casa, com o pavilhão, praticamente, cheio, também aumentou essa ansiedade, o nervosismo… se pensarmos bem estas miúdas jogaram a maior parte das duas últimas épocas sem assistência… “É verdade, mas não trocava isso de forma nenhuma. Às vezes ganhamos, outras vezes perdemos, mas há coisas que ficam. Ver o pavilhão onde costumamos treinar e jogar, completamente esgotado e a apoiar-nos foi incrível e tenho a certeza de que nem eu, nem nenhuma das minhas atletas trocaria aquele apoio por nada. O jogo foi marcante pela forma que acabou, mas vai trazer memórias muito positivas e agradáveis para todas elas, memórias para o resto da vida”, disse José Bastos, que acrescentou: “quero deixar um agradecimento a quem esteve lá porque tornou esta experiência muito positiva para todos, vencedores e vencidos!”.
O que mais o marcou nesta Final 8? “Eu diria que foi mesmo isso. Foi o apoio do público, dos pais, das tarjas, das receções ao chegar ao pavilhão, os tambores, as bandeiras, o barulho… “, referiu José Bastos, que salientou que “pessoalmente, foi ter a família a assistir… a minha mãe, o meu pai, a minha irmã, poder abraçar a minha avó no final do jogo. Ver as atletas com garra, a vibrar com o público, a deixar tudo em campo e fora dele. Foi mágico”.
O ANTES E O DEPOIS DOS NACIONAIS…
A época do SC Braga não se limita à Final 8. Para chega a esta fase o SC Braga teve de fazer todo um caminho, que nem sempre foi fácil…
“Eu dividia o caminho em duas partes, a fase antes dos Nacionais e a fase durante os Nacionais. Depois de chegar aos Nacionais foi mais fácil de trabalhar, motivar, crescer… Mas até lá sinto que o trabalho não foi tão positivo quanto nós desejávamos. Mas a vida é feita de desafios e esse foi mais um”, referiu José Bastos, que considera que nos ‘Regionais’ o grande desafio “foi arranjar formas para crescermos enquanto grupo e enquanto equipa”.
Esse período serviu para criarem bases para o que vinha pela frente? “Não, pelo contrário. Penso que a base surgiu quando os Nacionais começaram a entrar no horizonte. Quando elas começaram a perceber que iam jogar contra Leixões, Espinho, Vilacondense e, eventualmente, até só poderia passar uma equipa à fase seguinte…”.
“O CAMPEONATO NACIONAL É A NOSSA COMPETIÇÃO FAVORITA”
Qual foi a maior dificuldade que encontraram quando chegaram aos Nacionais? “Nós começamos os Nacionais com muitas ausências e limitações, mas que, felizmente, não se refletiram nos resultados”, disse José Bastos, que adiantou que “o Campeonato Nacional é a nossa competição favorita e lá as dificuldades tornam-se desafios, e nós procuramos é desafios e superações”.
O treinador do SC Braga considera que no Campeonato Nacional “o balanço é muito positivo… Levamos todos os jogos de vencidos e garantimos o melhor primeiro lugar para o sorteio da Fase Final”.
“TEMOS ATLETAS MUITO DEDICADAS E EMPENHADAS E SÓ ASSIM CONSEGUEM ESTAS CHAMADAS ÀS SELEÇÕES”
Este ano, mais uma vez, o SC Braga teve várias atletas chamadas aos treinos da Seleção Nacional. Isso também é o resultado do trabalho que se faz em Braga? “Sim, várias atletas foram chamadas aos treinos das Seleções, não só do escalão Juvenil, mas Cadetes, Seniores… e diria que não é só do trabalho que se faz em Braga, mas do trabalho e dedicação que as atletas imprimem na sua evolução. Temos atletas muito dedicadas e empenhadas e só assim conseguem estas chamadas às Seleções”, disse José Bastos, que salientou que “estas chamadas são um incentivo para as restantes atletas… Ver as colegas a treinar nas Seleções dá algum alento e motivação e, às vezes, são até uma referência”.
O SC Braga terminou a sua campanha no Campeonato Nacional, mas ainda não deu por terminada a época. “Agora é treinar para melhorar. Em termos competitivos ainda estamos inseridos na competição da AVP em Juniores e ainda nos faltam dois jogos. Depois teremos um torneio de Verão já confirmado”.