Inês Penetra, canoísta do GCDR Gemeses, mostra-se confiante e motivada para a sua estreia no Campeonato do Mundo de Juniores e Sub-23 em Canoagem, que decorre de três a seis de setembro no Centro de Alto Rendimento de Montemor-o-Velho.
A canoísta de Esposende, que já participou este ano no Campeonato da Europa e Taça do Mundo, então em C2 com Beatriz Lamas, vai disputar as provas de C1 200 e C1 500.
Inês Penetra referiu que apesar de ser um Mundial e de ser o meu primeiro Mundial: “o facto de ser em ‘casa’ deixa-me muito mais confortável. Treino aqui o ano todo e penso nisso como uma vantagem perante as minhas adversárias”.
A menos de uma semana do arranque do Campeonato do Mundo, a canoísta de Esposende sente-se “mais ansiosa do que nervosa” porque “é o meu primeiro mundial e porque vou voltar a representar as cores portuguesas”.
Quanto à preparação para este Mundial… “depois do ‘Nacional’ a preparação foi um bocadinho atribulada, mas sinto-me preparada e confiante para dar o meu melhor e tentar melhorar os resultados a nível internacional”.
“DEIXAR TUDO NA ÁGUA”
Inês Penetra garante que “parto com o objetivo de deixar tudo na água, para tentar melhorar os meus tempos e os resultados internacionais”.
Os resultados que conquistaste esta época deixam-te confiante? “Acho que toda a evolução que tenho tido desde que faço canoa, ou seja, nos últimos três anos e meio, é algo que me dá muito confiança para esta prova e para tentar mais uma vez superar-me”, disse Inês Penetra, que salientou que “sem dúvida alguma que todos os meus resultados este ano, desde os resultados nacionais até aos resultados internacionais, deixam-me muito confiante, não só para esta prova, mas para continuar a treinar e melhorar os meus tempos”.
ÉPOCA MUITO POSITIVA
Inês Penetra faz um balanço muito positivo de uma época que ainda esteve longe do seu normal, devido à pandemia… “O balanço é muito positivo. Consegui vencer todas as provas de pista a nível nacional. Consegui estar na disputa, na Hungria, pelas duas últimas vagas olímpicas para Tóquio, na prova de C2 500 com a Beatriz Lamas. Competi na Taça do Mundo contra as melhores. E ainda fui ao Europeu e arrecadei o nono lugar em C2 500m e estive na luta por um lugar na final em C1 200 e C2 200”.
“Apesar de todas as restrições consegui manter-me sempre ativa e fazer os treinos de água e de corrida, o que foi muito importante para estes resultados”, referiu.
Inês Penetra divide o seu tempo entre a Canoagem (treinos e provas) e pelos estudos. Está no primeiro ano de Audiologia e salienta que “no primeiro semestre consegui conciliar bem tudo, mas o segundo semestre foi muito complicado, principalmente, por que foi atrasado um mês e coincidiu com a altura com mais competições, o que fez com que perdesse muitas aulas. Depois a fase das frequências coincidiu calhou logo após as duas provas internacionais…isso tornou as coisas ainda mais difíceis de conciliar”.
DO JUDO PARA OS GRANDES DESAFIOS DA CANOAGEM
Inês Penetra, que está no segundo ano de Sub-23, tem uma longa ligação com a Canoagem, embora a sua primeira opção desportiva fosse o Judo…
“Eu desde que nasci que tenho uma ligação muito grande com a canoagem, pois a minha família foi basicamente toda canoísta no passado… O meu pai, em kayak, e dois dos meus tios, um em Kayak e outra em canoa, fizeram várias vezes parte da Seleção Nacional. O mais conhecido é mesmo o meu tio Belmiro Penetra, que esteve presente nos Jogos Olímpicos de Barcelona em 1992”.
Mesmo com toda esta ligação à canoagem, Inês Penetra começou pelo Judo… “eu comecei por fazer Judo, modalidade em que estive cerca de 10 anos. Nunca tive a intenção de deixar o Judo… até a entrada na Seleção Nacional de Canoagem em 2018…”.
E como foste parar à Canoagem e às Canoas? “Tudo começou com uma brincadeira. Fui com o meu primo em 2015 para o clube de Gemeses. Comecei pelo Kayak, mas nunca tive muito interesse até ter experimentado Canoa e ter feitos as minhas primeiras provas em 2017. Depois disso estive algum tempo sem treinar devido a uma lesão e só em abril de 2018 é que voltei e tive uma prova que dava acesso a Seleção Nacional. Depois dessa prova fui chamada para o estágio da Seleção e então decidi abandonar o Judo”.
Foi uma decisão difícil? “Bastante difícil, porque o Judo fazia parte da minha vida há muito tempo e era o desporto em que eu um dia sonhava ir aos Jogos Olímpicos”, disse a canoísta da zona de Esposende, que explicou porque optou pela Canoagem… “tinha mais dificuldades para ir aos treinos de Judo porque não eram na minha zona e perdia sempre muito tempo em viagens para treinar”.
O PESO DO NOME PENETRA E O SONHO DOS JOGOS OLÍMPICOS
E o peso do nome Penetra causa-te pressão? “Não, pelo contrário motiva-me a dar o melhor de mim em todas as provas para um dia tentar levar o nome Penetra ao mais alto nível”.
Inês Penetra abandonou a ideia de chegar aos Jogos Olímpicos em Judo, mas garante “um dos meus grandes objetivos é chegar aos JO”. Paris 2024 é já daqui a três anos… “vou trabalhar, trabalhar muito para tentar tornar esse sonho possível já nos próximos Jogos”.
A canoísta de 19 anos de idade mudou-se de ‘armas e bagagem’ para Montemor-o-Velho… “Depois de ter entrado na Seleção Nacional, candidatei-me à Residência Universitária de Canoagem, onde permaneço até os dias de hoje. Basicamente treino todo o ano aqui. São muitos poucos os treinos que faço em Esposende”.