Daniel Moreira, Cadete de primeiro ano da Tensai/Sambiental/Santa Marta, foi o grande protagonista da prova de Fundo do Campeonato Nacional de Ciclismo de Estrada em Cadetes, que se realizou domingo em Sernancelhe, Viseu.
O jovem ciclista de Viana do Castelo protagonizou a fuga do dia da corrida de Cadetes, andou cerca de 40 quilómetros isolado, liderou todas as passagens pela meta e chegou a ter mais de dois minutos de vantagem para o pelotão. Mas o esforço solitário deixou marcas e Daniel Moreira foi alcançado a pouco mais de quatro quilómetros para a meta final…
Apesar do excelente trabalho realizado no circuito de Sernancelhe, Daniel Moreira sente-se “um pouco triste…” e salienta que “estive a um passo do título nacional e ele escapou. Isso desmotiva um pouco… todo este trabalho foi por água abaixo”.
Para Daniel Moreira o que mais custa é “andar mais de 40 km isolado sozinho, num circuito daqueles e ser apanhado a quatro quilómetros da meta…sabendo que se passasse aquela subida, depois era só a descer e o título estava mesmo ali…”.
CIRCUITO DURO E TEMPERATURAS ALTAS
Sobre a prova em si, Daniel Moreira referiu que “era um circuito duro e as altas temperaturas só dificultaram mais a tarefa” e adiantou: “foi uma corrida muito atacada no início, numa parte da corrida depois da primeira passagem pela meta havia um ciclista fugido com cerca de 20s e eu senti-me bem e ataquei, com o sentido de começar uma séria fuga ali. O pelotão tentou absorver-me, mas não conseguiu. Cheguei ao ciclista da frente e comuniquei com ele, mas não aguentou o meu ritmo…”.
“Então começou aí a minha fuga isolada, geri sempre o meu esforço. A partir da segunda passagem pela meta recebi a informação que tinha 2m25s para o pelotão…e ainda faltava uma grande parte da prova. Fui sempre a gerir até que recebi a informação que o pelotão estava a elevar drasticamente a velocidade e que vinham a reduzir bastante o tempo…”.
OS ÚLTIMOS CINCO QUILÓMETROS
Daniel Moreira explica que “cheguei à última subida, a cinco quilómetros da meta e vi no fundo o pelotão em perseguição. Ainda me sentia com forças, mas a perseguição vinha com uma grande velocidade e fui apanhado a cerca de quatro quilómetros da meta. Ainda consegui colar ao grupo da frente, como já não teria nada a perder tentei a minha sorte a descer na última rotunda e entrei a fundo para ganhar alguns segundos, mas já não tinha tanta força e ficaram por ali os meus nacionais… Tentei ainda ficar para o sprint e acabo por ficar no 25.º lugar com alguma tristeza”.
Andar isolado e sozinho tanto tempo acabou por ser desgastante? “Claro que foi desgastante, mas soube gerir bem o meu esforço e o meu treinador foi-me dando indicações”, referiu que o ciclista de Viana do Castelo, que não está habituado a treinar sozinho: “todos os meus treinos são feitos com a equipa e com o treinador”.
Afirmando que “o que fiz foi algo diferente do que estou habituado”, Daniel Moreira salientou que “as mudanças de ritmo já é algo que tenho vindo a treinar”.
O ciclista de Viana do Castelo referiu que “o meu foco era a vitória e trazer a camisola para Viana do Castelo”, por isso, garante que “ainda nem pensei bem na corrida e da minha prestação”.
Daniel Moreira, que recebeu elogios do treinador – “disse que fiz uma grande corrida” – vai agora recuperar do esforço despendido e começar a preparar os próximos desafios… “o próximo objetivo é o Alves Barbosa”.