O 18.º Circuito de Palmeira/Prémio Peixoto Alves vai amanhã para a estrada com algumas novidades que prometem dar emoção e muita luta num dos circuitos mais tradicionais do Minho.
O Circuito de Palmeira, que homenageia a velha glória do ciclismo português e vencedor da Volta a Portugal de 1965, Peixoto Alves, cai o Prémio de Montanha e a tão emocionante subida ao Bom Jesus, bem como a Metas Volantes instaladas em várias freguesias, mas ganha uma emocionante chegada propícia para os sprinters, já que a chegada à meta é plana…
“Este ano e pela primeira vez na história deste Circuito de Palmeira/Prémio Peixoto Alves a chegada vai ser ao sprint. Uma novidade que vai animar, com certeza, os ciclistas que vão participar nesta tradicional corrida”, disse César Gomes, presidente da Junta de Freguesia de Palmeira.
ALGUMAS NOVIDADES NUM CIRCUITO COM TRADIÇÕES
César Gomes explica que “devido às restrições e limitações impostas tivemos de fazer algumas alterações ao percurso. Perdemos o Prémio de Montanha, este ano não vamos ao Bom Jesus, mas pela primeira vez na história deste circuito podemos ter uma chegada ao sprint, porque a chegada é em plano. Promete outras lutas interessantes também”.
Em Palmeira já tudo está preparado “para receber os ciclistas e mais uma edição deste tradicional circuito, o Prémio Peixoto Alves”, garante César Peixoto, que recorda que “havia uma enorme expetativa quanto a esta prova. A equipa de trabalho estava ansiosa e todos ficaram contentes quando os convoquei para a reunião”.
O 18.º Circuito de Palmeira foi adiado em 2020 devido à pandemia, mas este ano vai mesmo para a estrada e já tudo está pronto “em termos organizativos já temos tudo automatizado, já são muitos anos. Claro que este ano e devido à pandemia o Circuito de Palmeira vai ser diferente, é mais pequeno, não tem prémio de Montanha, nem temos as Metas Volantes instaladas em várias freguesias, mas estamos a organizar um circuito dentro daquilo que eram as possibilidades”.
Aquele autarca referiu que “organizar uma prova neste período dá muito mais trabalho, desde logo tivemos de arranjar um local para fazer a concentração dentro de uma bolha, com a partida e chegada ao Kartódromo Internacional de Braga. Tivemos de refazer toda a questão da segurança e assegurar mais meios, tanto humanos como materiais, para levar a efeito a corrida”, ao mesmo tempo que “tivemos que abdicar de acordos que tínhamos com as freguesias para a instalação das metas volantes. Este ano está concentrada apenas numa freguesia”.
“HOMENAGEAR O ÚNICO CICLISTA DE PALMEIRA A GANHAR VOLTA A PORTUGAL”
Afirmando que “infelizmente a pandemia ainda não nos deixa fazer um circuito como era habitual”, César Gomes, que salientou: “o importante é que conseguimos por a corrida na estrada e homenagear o Peixoto Alves, único ciclista de Palmeira a ganhar a Volta a Portugal em bicicleta”.
Para César Gomes era ainda importante “dar o contributo da freguesia para uma modalidade que vê o seu futuro cada vez mais difícil. O ciclismo não é uma modalidade fácil, é para verdadeiros guerreiros e com as dificuldades que a pandemia trouxe tornou-se ainda mais complicado de cativar atletas e organizar as provas. Os custos aumentaram bastante, os sacrifícios também, mas todos temos de remar para o mesmo”.
“Temos de ajudar a Associação de Ciclismo do Minho e a Federação Portuguesa de Ciclismo a cumprir o calendário. Temos a noção que é bastante difícil ter atletas a treinar e não haver provas”, acrescentou.
CUMPRIR TODAS AS QUESTÕES DE SEGURANÇA
O Ciclismo é o desporto do povo e essa é uma questão que preocupa as entidades. César Gomes apela para que “não se concentrei nos locais. O percurso é longo e as pessoas podem assistir à passagem dos ciclistas, aplaudir sem estarem juntas. Este é o apelo que deixo para todos os amantes do ciclismo. Para o ano, se tudo correr bem, já poderemos, todos juntos, fazer uma festa diferente”.
A prova que é organizada pela Associação de Ciclismo do Minho com o apoio da Junta de Freguesia de Palmeira, é pontuável para Campeonato do Minho – Arrecadações da Quintã e Taça de Portugal de Juniores. Conta com a presença dos melhores ciclistas do pelotão da categoria, que estão na luta pela Taça de Portugal. Em Palmeira vão estar cerca de 120 atletas em representação de 21 clubes.
JOÁO PEIXOTO ALVES, O VENCEDOR DA VOLTA A PORTUGAL DE 1965
João Peixoto Alves, natural de Palmeira, Braga,, nasceu a 23 de Maio de 1941 e iniciou a sua atividade no ciclismo, como popular, no Futebol Clube do Porto.
Posteriormente representou o C. C. Aldoar e o Benfica, onde se tornou conhecido como um dos melhores ciclistas portugueses. A sua carreira como profissional iniciou-se em 1960 e terminou em 1966, quando se retirou, com 25 anos, deixando um lugar difícil de preencher no ciclismo e no Benfica.
Ao longo da carreira desportiva disputou 171 provas, tendo ganho 22. Conquistou os títulos de Campeão Nacional e Regional de Rampa, no último caso por quatro vezes.
Vencedor da Volta a Portugal de 1965, alcançou ainda dois segundos e um terceiro lugares na importante competição. Na prova “rainha” do ciclismo português ganhou ainda nove etapas, foi portador da camisola amarela em 23 e ganhou o Prémio da Montanha e a Classificação por Pontos no ano de 1963.
Participou na Volta a França do Futuro em 1963 (sétimo na geral e segundo na Montanha) e em 1964, tendo ainda participado na Volta à Espanha (1962, 1963 e 1965), na Volta a S. Paulo (1962 e 1966), na Volta à Catalunha (1965) e no Campeonato do Mundo (1965 e 1966).