Formar atletas para reforçar a equipa Sénior, colocar jogadores nas várias Seleções Nacionais e conquistar títulos distritais e nacionais são os grandes objetivos do Vitória SC para a Formação do Basquetebol nos próximos anos.
O clube vimaranense mostra-se ambicioso e quer mesmo assumir-se como o mais forte nas provas distritais da Associação de Basquetebol de Braga, para assim poder aspirar chegar aos Campeonatos Nacionais. O objetivo é jogar com os mais fortes para evoluir mais e melhor de maneira a que os atletas do Vitória SC possam chegar à equipa Sénior e ter tempo de qualidade nos jogos.
PAULO CUNHA: “O OBJETIVO É COLOCAR O MAIOR NÚMERO DE JOGADORES NA EQUIPA SÉNIOR”
“O principal objetivo da Formação do Vitória SC é colocar o maior número de jogadores na equipa Sénior. Jogadores com qualidade e que tenham tempo de jogo” foi assim que Paulo Cunha, diretor do Basquetebol do Vitória SC, começou por abordar as metas do clube para a nova temporada.
Para o responsável do Basquetebol, também ele ex-atleta do clube, “quantos mais atletas de Guimarães e formados no Vitória SC tiver a equipa Sénior, maior impacto vai ter. Sobretudo nos jogadores mais novos que vão perceber que podem chegar à equipa principal e vão acreditar naquele que é o grande sonho de todos os atletas quando entram no Basquetebol”.
“Só tendo jogadores na equipa Sénior, é que os jogadores da Formação vão perceber que podem chegar lá e então vão, com certeza, trabalhar ainda mais para terem a oportunidade de chegar à equipa principal”.
Paulo Cunha garante que “o ponto principal da Formação é então formar para os integrar nos Seniores”, mas “no Vitória SC não nos ficamos por aqui. Além do foco de formar atletas, queremos formar pessoas., mas pessoas que tenham sucesso nos estudos, na vida e para eles próprios. Queremos que os pais percebam que o Vitória SC os ajuda a formar estudantes, pessoas que sabem organizar o seu tempo porque é preciso ter uma boa organização do tempo disponível para fazer tudo”.
COLOCAR ATLETAS NAS SELEÇÕES E GANHAR TÍTULOS
Com atletas de sucesso, empenhados e comprometidos com a modalidade e com o clube, Paulo Cunha acredita que “será mais fácil atingirmos os restantes objetivos, como o colocar atletas nas seleções e ganhar títulos, numa primeira fase, distritais e pensando sempre mais alto e aspirando aos títulos nacionais. Temos de conseguir ser os mais fortes nos Distritais da ABB, temos de impor o nosso poder aqui para depois seguir para os Campeonatos Nacionais e lutar pelos títulos nacionais”.
Paulo Cunha mostra-se consciente que lutar pelos títulos nacionais é, para já, muito difícil… “porque ABBraga está um pouco atrás de algumas Associações e a diferença ainda é um pouco grande, mas temos de ir reduzindo a diferença e aos poucos ganhar o nosso espaço. A Taça Nacional é mais fácil e até já conseguimos vencer, mas queremos mais. Queremos a médio prazo, de quatro, cinco, seis anos, estar inseridos na luta pelas decisões dos Campeonatos Nacionais”.
“Gostava muito que isso acontecesse” confessou Paulo Cunha, que reconheceu que “a tarefa não é fácil, mas não podemos baixar os braços, queremos um Vitória SC ao nível dos melhores”.
A DIFICULDADE EM CAPTAR JOVENS PARA O BASQUETEBOL
O Vitória SC tem as duas equipas Seniores nos escalões mais altos do Basquetebol Nacional – Liga Placar e Liga Shoy -, o que deixa pensar que captar jovens para a modalidade é fácil. Mas Paulo Cunha confessa que “estamos a trabalhar para conseguir cativar mais os miúdos para o Basquetebol. Não é fácil captar os jovens para a modalidade, ainda mais numa zona em que o futebol tem um poder muito forte”.
“Se conseguíssemos meter um ou dois jogadores nas Seleções Nacionais seria mais fácil captar os mais jovens porque isso ia chamar-lhes a atenção, iam-se identificar os atletas, com o Vitória SC. Claro que nós temos o problema, sendo fortes na Associação, nos nacionais não são tão fortes e a chamada às seleções não é tão fácil”.
Com a pandemia a captação de novos atletas e mesmo a manutenção dos jogadores no Basquetebol ficou mais complicada. Paulo Cunha salientou que “esta fase de pandemia trouxe muitas dificuldades até para manter os atletas ligados à modalidade. Os treinos são muito técnicos, não há o desafio do jogo com o colega, não há o prazer de jogar, não há contacto… Neste momento é mais difícil de convencer os atletas ir treinar. Temos de os incentivar, arranjar recompensas que lhe devolva o prazer de treinar porque a recompensa habitual – o jogo, a luta – neste momento não pode existir”.
O Vitória SC tem perdido atletas nesta fase? “Sentimos que temos perdido atletas, por um lado alguns pais ainda têm algum receio e não deixam os filhos vir treinar. Por outro lado, temos o facto dos treinos serem completamente diferentes, sem contacto, sem competição. Sabemos que há outros deportos que conseguem competir, os chamados desporto individuais e, nesta fase, muitos jovens deixam os desportos coletivos para os individuais para poder competir e treinar sem problemas”.
MOTIVAR ATLETAS EM TEMPO DE PANDEMIA
O que tem feito o Vitória SC para manter os atletas motivados e focados nos treinos? “Temos trabalhado muito para os manter motivados, para formar um grupo forte. Claro que é preciso lançar desafios, criar estímulos e incentivos. Ao mesmo tempo tentamos passar-lhe a ideia do comportamento, quando melhor nos comportarmos mais rápido isto acaba e mais rápido regressa a competição. Claro que para isso tudo acontecer o treinador tem um papel preponderante. Ele tem de arranjar todos os treinos incentivos para os fixar na equipa, para os manter motivados. E os treinadores vão criando desafios e concursos para eles fazerem, como concursos técnicos, individuais e lançamentos, etc”.
Os mais velhos acabam por ter uma tarefa mais complicada. Com uma paragem tão longa e a impossibilidade de se mostrar começam a ver o sonho da equipa Sénior desvanecer-se…
“O importante é nenhum atleta em momento algum baixe os braços. Quanto mais trabalharem e melhores resultados obtiveram mais possibilidades têm de chegar à equipa principal. Os atletas têm a oportunidade de mostrar o se valor nos Seniores. Agora o que nós pretendemos é que eles cheguem aos Seniores e entrem nos jogos, que tenham um papel revelante no jogo. Infelizmente, neste momento ainda não temos ninguém assim no plantel. Temos o João Soares, capitão de equipa, que joga pouco. O Pedro Silva e o Rui Fernandes. Eles treinam nos Seniores, mas não têm tempo de jogo. Queremos mais, queremos que tenham um papel fundamental dentro do campo. O João Soares teve um papel importante, mas não joga 10m e era importante jogar os 10 minutos por jogo porque os que estão de fora olham para o João Soares enão sabem o papel importante que ele tem”.
“FALTA TREINAR MELHOR TODOS OS ESCALÕES”
E o que falta ao Vitória SC para conseguir formar atletas capazes de se impor na equipa principal? “Falta treinar melhor todos os escalões, ter uma preparação melhor durante toda a fase de formação. Nós já tivemos alguns atletas tecnicamente bons, mas taticamente eram mais limitados. Já tivemos o contrário também. O Vitória SC tem técnicos de qualidade e, portanto, temos condições para melhorar. Neste momento, no que somos mais frágeis é no aspeto tático, temos de ser mais disciplinados taticamente”.
A equipa B surge para fazer a ponte para a equipa principal ou serve mais para dar uma continuidade à Formação? “Acaba por ser um pouco dos dois. É muito difícil para um jovem com 18 anos entrar numa equipa Sénior e jogar. Lembro-me quando fui para o FC Porto, com 19 anos, e no primeiro ano pouco joguei e isso desmotiva. Nessa altura havias as seleções de Sub-21 e isso ajudou-nos a manter motivados e a ganhar espaço nos Seniores. A verdade é que entre os Sub-18 e os Seniores há um hiato enorme. Os Sub-23 vieram preencher esse espaço, permitem aos atletas jogarem e aí eles têm de assumir, têm de fazer a diferença, mantendo-se confiantes”.
Ao mesmo tempo “a equipa B acaba por ser uma continuação da Formação. Os atletas chegam aos Sub-18 e podem, se o pretenderem, continuar a jogar Basquetebol no clube onde foram formados e que gostam”.
EQUIPAS FEMININA COM ATLETAS DA FORMAÇÃO
Se no masculino, os atletas têm mais dificuldades em arranjar um lugar na equipa Sénior. Já a equipa feminina tem algumas atletas da Formação… “no Basquetebol feminino as coisas evoluem de forma diferente. Por exemplo, já conseguimos ter atletas nas seleções nacionais, como é o caso da Bárbara Miranda, que tem tempo de qualidade na equipa principal. Temos outras atletas mais novas, que vão entrando. No feminino o trabalho tem sido muito bem feito. Também é verdade que há menos atletas, o tempo delas no desporto é menor e, portanto, acaba por abrir mais espaços na equipa. Na equipa feminina temos três estrangeiras e várias atletas da Formação e temos sucesso”.
TREINADORES
Este ano, o Vitória SC apresenta algumas alterações nas equipas técnicas nos vários escalões de Formação.
Assim, Tam Ling, que na época passada estava à frente do Basquetebol Feminino, assume este ano a equipa de Sub-23 (Vitória SC B, que milita no Campeonato Nacional da II Divisão).
Os Sub-18 são treinados este ano por Pedro Machado, enquanto Guilherme Oliveira treina a equipa de Sub-16 A.
Miguel Matos, que se sagrou Campeão Distrital de Sub-18 na época passada, assume os Sub-14 masculinos e é ainda adjunto de Carlos Fechas nos Seniores. Nos Sub-14, Miguel Matos conta com Ricardo Ferreira como adjunto.
Em femininos, Catarina Costa é a treinadora das Sub-19, Ricardo Nascimento mantêm-se na equipa de Sub-16 e Carlos Alves orienta as Sub-14, tendo como adjunta Elisabete Alves.