
“A nossa ambição é ganhar todos os jogos em que participarmos. Esse é o foco, não vamos estar a programa as coisas a longo-médio prazo. É no curto prazo que devemos colocar todas as nossas energias e ver até onde podemos ir” foi assim que Carlos Fechas, treinador do Vitória SC, começou por abordar a nova época desportiva.
O conjunto de Guimarães inicia esta semana a preparação para a nova temporada, que para o Vitória SC arranca a quatro de outubro, com a participação na ‘Final Four’ da Taça de Portugal. A equipa treinada por Carlos Fechas mede forças com o Sporting, pelas 17.30 horas do dia quatro de outubro, enquanto o FC Porto defronta o Benfica (15h).
Carlos Fechas lembra que “vimos de uma longa paragem. Os atletas vão precisar de um pouco mais de tempo para voltar à sua forma física e adquirir um ritmo de jogo que lhe permita estar ao melhor nível”, mas “acredito que vamos ultrapassar isso rapidamente. Temos um bom plano de trabalhos e estamos a pensar fazer aqui um volume de jogos-treinos para chegarmos preparados à ‘Final Four’ da Taça de Portugal”.

“VAMOS A ODIVELAS PARA TRAZER A TAÇA DE PORTUGAL PARA GUIMARÃES”
“No dia quatro de outubro defrontamos o Sporting na meia-final da Taça de Portugal e esse é o nosso principal foco. Vamos planear e preparar as coisas de forma a estarmos o melhor possível nessa altura” disse Carlos Fechas, que confirmou que “vamos a Odivelas para poder estar na final e voltar a trazer uma Taça de Portugal para Guimarães. O Vitória SC já conquistou duas Taças de Portugal e este ano vai tentar repetir o feito”.
De resto, Carlos Fechas considera que a opção de arrancar a época com a ‘Final Four’ da Taça de Portugal “é uma boa forma de promover o Basquetebol. Ter uma competição deste nível a abrir uma época é muito positivo. A ‘Final Four’ da Taça de Portugal é um dos pontos altos do nosso calendário e vai trazer muita atenção para a modalidade, o que é benéfico” e adiantou que “tendo em conta tudo o que aconteceu, tendo a época terminado da forma como terminou, arrancar com uma competição deste nível é, sem dúvidas, muito importante para a modalidade”.

BASE DA EQUIPA MANTÉM-SE
Para a nova época o treinador do Vitória SC conta com a base da equipa da época passada, que estava na luta pelo apuramento para os playoffs.
“Nós procuramos manter uma base alargada dos jogadores da época passada, acreditamos no treino e no trabalho que fizemos. Isto quer dizer que acreditamos no que a equipa técnica e jogadores têm feito. Claro que é sempre possível melhorar o nosso desempenho e é isso que vamos tentar fazer. Para isso contamos com dois atletas novos, que vão acrescentar qualidade ao grupo. Vamos ficar mais fortes noutras áreas do jogo. Acredito que vamos ser mais fortes do que o ano passado”, referiu Carlos Fechas.
Interrogado se está satisfeito com o grupo de trabalho, Carlos Fechas referiu que “o principal é nós acreditarmos no nosso trabalho para poder tirar o melhor das caraterísticas de cada jogador. Acredito que temos uma equipa mais capaz do que o ano passado, até porque já temos o grupo construído”. Quanto aos reforços: “com os valores que temos disponíveis não fomos buscar nenhum Michael Jordan… Pensamos sobretudo nas características dos jogadores que podem ajudar a equipa”.
O SONHO DO TÍTULO

Quanto ao Campeonato da Liga Placard, Carlos Fechas não tem dúvidas “a nossa meta é ganhar os jogos todos e se isso acontecer podemos conquistar o título nacional”.
Sobre o campeonato em si, o técnico do Vitória SC considera que “vai ser um pouco parecido com o que tivemos o ano passado. Há um grupo de seis, sete, oito equipas que me parecem mais fortes e depois outras que parecem estar um pouco abaixo, depois na prática pode não ser bem assim, mas só com os jogos é que se vai ver”.
Carlos Fechas lembra que no ano passado a luta foi sempre feito a cinco…“o ano passado falava-se muito de uma luta a quatro, mas eram cinco. Nós estávamos em igualdade pontual com a Oliveirense e pela frente até tínhamos um calendário mais acessível. Só perdíamos no cesto average”.

Qual o maior receio para a nova temporada? “Honestamente, não tenho receios. O desporto tem de ser um fator positivo no regresso à normalidade. Temos de desconstruir os medos e os receios e ajudar e voltar à normalidade possível, cumprindo todas as exigências sanitárias e demonstrando o máximo respeito possível pelas regras impostas. Queremos ser alguém a quem a sociedade possa olhar e ver como um exemplo a seguir”.
Por isso “acredito que vamos voltar a competir dentro da normalidade e seguindo todas as regras e normas, mantendo o afastamento social, a desinfeção das mãos e tudo o resto. O mundo do Basquetebol vai ser o exemplo nesta retoma”.
RETOMA DOS TREINOS E COMPETIÇÕES
Carlos Fechas ficou satisfeito com as últimas diretrizes da DGS para os desportos de pavilhão, mas salienta que “peca por tardia, já deveria ter sido possível regressar aos pavilhões há algum tempo. Depois há a Formação e outras modalidades. Nota-se que existe um desconhecimento muito grande sobre o que é o desporto e a sua realidade. O positivo é que se pode retomar os trabalhos e a competição. Quero-me focar nisso porque de resto o que se percebe é que a nossa tutela não tem uma estratégia para o desporto e é tão fundamental para o desenvolvimento motor e social de todos nós”.

“NÃO VEJO O SENTIDO DE ESTAR A JOGAR SEM TER PÚBLICO”
As competições iniciam-se já em setembro para algumas modalidades, mas, para já, o público está impedido de entrar. Carlos Fechas mostra-se critico em relação a esta medida.
“Não vejo o sentido de estar a jogar sem ter público. Temos vários exemplos de outros países que já têm público nos seus jogos e nós aqui continuamos com esta dificuldade…ainda mais quando vemos o público a poder assistir a outros espetáculos. Há uma grande dualidade de critério. É certo que o desporto é vivido com paixão, mas sabe-se comportar dentro de outras normas. De resto, as emoções nas modalidades são vividas de forma distinta do que é o futebol…ou outras coisas. Não vejo porque não podemos ter público nos nossos pavilhões, com o distanciamento, uso de máscara e todas as outras normas de higiene que são exigidas”.