18.º Prémio A. C. R. Roriz, prova destinada às categorias de Escolas, Cadetes e Juniores, está adiada para 2021. A decisão não foi fácil, mas foi tomada baseada na realidade que se vive no país.
O 18.º Prémio ACR Roriz deveria ter enchido de alegria, cor e vida a freguesia de Roriz durante o dia de hoje. A manhã era destinada aos mais jovens que entre as provas de destreza e em linha prometiam animar a pacata freguesia barcelense. Os Cadetes, primeiro, e os Juniores, depois, entrariam em ação durante a parte e prometiam uma luta renhida numa prova bem diferente de todas as outras destinadas a estas categorias. O estrada em paralelo e o percurso duro e técnico – é descrita como a Roriz – Roubaix – faz lembrar outras corridas…
A pandemia veio adiar a 18.ª edição do Prémio ACR Roriz e todas as novidades que o clube tinha para apresentar, numa decisão que deixa um vazio em todos, mas com o sentimento que foi a decisão certa.
“A prova foi adiada para o próximo ano. Não havia condições para a realizar este ano. Nem sequer tínhamos a garantias das entidades que ela se pudesse realizar. Para já os eventos desportivos estão suspensos tanto a nível municipal como a nível nacional”, começou por referir Hélder Braga, diretor da ACR Roriz.
Aquele responsável lembrou que “a Federação Portuguesa de Ciclismo está a tentar que se realizem as principais corridas, mas nem essas estão ainda aprovadas” por isso “não tínhamos outra alternativa senão adiar este prémio que já ia para a sua 18.ª edição”.
“FOI UMA DECISÃO QUE CUSTOU IMENSO A TOMAR”
Hélder Braga garante, no entanto, que a decisão não foi fácil: “foi uma decisão que custou imenso tomar. Aguentamos até ao limite, mas não havia outra solução” e lembrou que “custou ainda mais porque a edição do ano passado revelou-se um enorme êxito. Tivemos aqui a presença de várias equipas estrangeiras e de quase todas as equipas nacionais. Desde as Escolas até aos Juniores o feedback foi muito positivo. Queríamos manter o nível alto e as equipas e os ciclistas também queriam participar”.
“O Prémio ACR Roriz é uma prova que já é importante e é um dos objetivos dos próprios ciclistas. Não a poder realiza deixa-nos um vazio enorme, mas há valores superiores que temos que respeitar e a vida e a saúde estão à frente de tudo”.
PERCURSO ALTERADO
Na edição do ano passado, a ACR Roriz apresentou algumas novidades em termos de traçado, alargando o percurso, de cerca de 80 quilómetros para os Juniores e 60 k para os Cadetes, pelas freguesias vizinhas. Este ano o clube barcelense estava a pensar alargar ainda mais o percurso por locais onde, normalmente, não passam os ciclistas…
“O ano passado fizemos um percurso diferente. A ideia foi levar a alegria do ciclismo a outras zonas, a outras freguesias de Barcelos. O Prémio ganhou nova vida e luta, passou por locais que ainda não tínhamos passado e deu-se a conhecer. Foi uma volta mais aberta e foi bem recebida pelas pessoas das freguesias vizinhas” disse Hélder Braga, que adiantou que “este ano o percurso ainda não estava fechado, mas a ideia era expandir o trajeto mais a norte do concelho de Barcelos e passar por locais que, normalmente, não recebem a visita dos ciclistas”.
ADIAMENTO NÃO FAZ ESQUECER A HISTÓRIA
A pandemia veio adiar a 18.ª edição do Prémio ACR Roriz, uma corrida bem diferente das realizadas para os escalões de Cadetes e Juniores a nível nacional, mas não consegue fazer esquecer a história “lemos frequentemente ciclistas de renome falar deste Prémio, da importância que teve nas suas carreiras. Ainda recentemente Ivo Oliveira se pronunciou sobre a corrida e que ainda guarda o paralelo (prémio da corrida) em casa”.
O Prémio ACR Roriz destina-se a todas as categorias de formação “essa é uma prioridade para nós” disse Hélder Braga, que espera, com tempo, ver a prova subir de categoria… “esperamos que um dia o Prémio tenha um âmbito nacional… e quem sabe mais tarde possa ser uma prova de nível internacional. É um sonho, temos muito que trabalhar, mas quem sabe”.
FLÁVIO FERNANDES VENCEU A 17.ª EDIÇÃO
O ano passado a corrida de Juniores foi ganha pelo atleta da casa Flávio Fernandes. Hélder Braga lembra que “foi uma boa vitória e gostávamos de ganhar em casa. Aliás, nós partimos sempre com a ideia de vencer, sabemos que não vamos conseguir vencer a maior parte das vezes, mas entramos nas corridas com essa mentalidade. Vencer em casa é sempre muito bom. O ano passado conseguimos através do Flávio Fernandes e isso é importante para a nossa academia, para mostrar os nossos patrocinadores e para receber os aplausos das pessoas da terra”.
Hélder Braga salientou, no entanto, que “é bom ganhar e ganhar em casa então é muito bom, mas nós também não vivemos em prol dos resultados. A nossa principal função é a formação, é formar atletas como atletas e como pessoas”.