ENTREVISTASHÓQUEI EM PATINS

Miguel Rocha: “foi uma sensação incrível”

Miguel Rocha é um dos jogadores em destaque no Riba d’Ave, clube que milita no Campeonato Nacional da I Divisão de Hóquei em Patins.

Miguel Rocha, de 17 anos, estreou-se recentemente a titular na baliza do Riba d’Ave e logo frente ao FC Porto. O resultado não foi o melhor, mas lançou um dos atletas mais promissores da Formação do conjunto famalicense.

Filho de um ex-atleta do clube (Jorge Flávio Rocha), Miguel tem dado nas vistas e mereceu este ano – um ano extremamente difícil para a Formação – a confiança dos responsáveis do clube, que o chamaram para trabalhar com a equipa Sénior… e à 22.ª jornada estreou-se a jogar pela sua equipa de sempre frente ao FC Porto.

“Foi uma sensação incrível…” começou por afirmar o jovem guarda-redes do Riba d’Ave, que adiantou que “ainda por cima a minha estreia foi frente ao FC Porto, que tem dos melhores jogadores do mundo da modalidade, que eu admiro e em quem me inspiro porque um dia ser como eles”.

“JOGA NA I DIVISÃO É O SONHO DE QUALQUER JOGADOR”

O jogador do Riba d’Ave, de apenas 17 anos de idade, salientou que “jogar na I Divisão é o sonho de qualquer jogador…eu não estava à espera que acontecesse tão cedo” e adiantou: “ter a oportunidade de jogar, de jogar a titular com esta idade, foi muito bom. Uma sensação que eu nunca esquecerei”.

Estavas nervoso? “Como é normal estava um pouco nervoso, mas penso que se o pavilhão tivesse adeptos iria mexer mais comigo e aí sim iria estar muito nervoso. Assim, foi mais fácil e a equipa ajudou-me imenso a ultrapassar aqueles momentos iniciais, até porque já todos passaram pelo mesmo”.

Sobre o jogo em si, Miguel Rocha referiu que “tirando o resultado que foi negativo e até um pouco pesado, acho que foi um bom jogo. Foi um jogo que me permitiu perceber o que é estar na baliza de uma equipa Sénior com estas responsabilidades, deu para orientar as ideias e ver o que me espera. Serviu também para me preparar, mentalmente, para o jogo com o Benfica, que veio logo a seguir e aí já estive mais calmo e ganhamos o jogo”.

“COM OS JOGOS VOU GANHAR MAIS CONFIANÇA ”

Miguel Rocha salientou que “o jogo da estreia foi o primeiro impacto, era tudo novo…nunca tinha jogado na I Divisão, contra um grande do nosso campeonato…com os jogos vou ganhar mais confiança e as coisas vão fluir naturalmente”.

A prova disso mesmo foi a vitória sobre o Benfica que se realizou alguns dias depois…“exatamente frente ao Benfica fizemos um bom jogo e ganhamos, o que era muito importante para nós. Nesse jogo já estive mais calmo. Consegui controlar mais os ânimos e mostrar mais a minha qualidade, o que me ajudou a mim e à equipa para conquistar os três pontos”.

NO HÓQUEI EM PATINS DESDE OS QUATRO ANOS

Miguel Rocha começou na patinagem aos quatro anos de idade nas Escolinhas do Riba d’Ave, por influência do pai, Jorge Rocha, que também foi jogador do clube…

“Entrei para o Hóquei em Patins por volta dos quatro anos no Riba d’Ave. Entrei para a modalidade por influência do meu pai, que foi jogador do clube. Como ele conhecia e gostava do Riba d’Ave passou-nos essa paixão, a mim e ao meu irmão. Então entramos para o clube e ficamos. É o desporto que mais gostávamos”.

Porque a escolha da baliza? “Ser guarda-redes surgiu um pouco por acaso. Um ano não tínhamos guarda-redes e na fase de recrutamento fui à baliza e até demonstrei ter algum jeito. Eu comecei a avançado e cheguei a fazer alguns jogos na frente, mas depois experimentar a posição de guarda-redes percebi que gosto mais e é aqui que quero crescer na modalidade”.

Miguel Rocha já está há cerca de 13 anos no clube e na modalidade, tempo suficiente para ter alguns pontos alto, como a conquista de alguns Campeonatos Regionais, a chamada à Seleção Regional da APM, etc…

“CHAMADA À EQUIPA SÉNIOR TEM SIDO MUITO IMPORTANTE PARA MIM ”

“Tenho muitas lembranças boas no Hóquei em Patins, momentos que vão ficar para sempre, mas não consigo destacar nenhum momento em especial”, disse Miguel Rocha, que salienta que “a chamada à equipa Sénior… tem sido muito importante para mim. Assim, estou a aprender, a evoluir com os treinos e agora com os jogos. A maior parte dos atletas da minha idade não estão a conseguir treinar no pavilhão, apenas trabalham em casa, devido à pandemia. Infelizmente, as camadas jovens estão paradas. Eu, felizmente, não parei e sei que no futuro isso vai ser muito importante”.

Miguel Rocha está satisfeito por estar a trabalhar com os Seniores, mas confessa que a adaptação não foi fácil…“a integração na equipa Sénior não foi fácil. Ao princípio havia aquela timidez natural, penso que acontece com todos quando vão para uma equipa nova ou mudam de clube. São as rotinas novas, os métodos diferentes, os colegas são outros. Por vezes sentimo-nos a mais…mas é como tudo com o tempo a gente vai-se habituando” e adiantou que “hoje em dia já estou adaptado, apoiaram-me imenso no meu primeiro jogo e apesar de estarmos a perder nunca deixamos de lutar e apoiarmo-nos uns aos outros. Até os que estão de fora são peças chave para a equipa. Há uma grande união de grupo e todos juntos estamos a trabalhar e a lutar para atingirmos os objetivos, que passam por garantirmos a manutenção na I Divisão”.

MIGUEL E PEDRO, OS GÊMEOS DO RIBA D’AVE

Miguel Rocha tem a particularidade de jogar com o seu irmão gêmeo, Pedro, que joga na frente e que também treina na equipa Sénior e já se estreou, também frente ao FC Porto, mas no jogo da primeira volta…

“Já estamos habituados a estar juntos, partilhamos tudo, escola, Hóquei em Patins… As pessoas não estão habituadas a ver dois irmãos gêmeos a jogar na mesma equipa. Nós notamos que causa alguma estranheza e, e calhar, um dia vamos ser reconhecidos como os gêmeos do Hóquei em Patins…”.

“QUERO APROVEITAR TODOS OS MOMENTOS E OPORTUNIDADES QUE TIVER”

Miguel está agora a começar a caminhada nos Seniores do Riba d’Ave e garante “quero aproveitar todos os momentos e oportunidades que tiver”, e quanto ao futuro referiu que “não tenho um sonho em concreto. Vou trabalhar para chegar o mais longe possível, jogar ao lado de grandes nomes do Hóquei em Patins e gostava de chegar a clubes como o Barcelona ou o FC Porto, que são clubes com uma grande historial na modalidade. Também gostava de chegar à Seleção Nacional, seria um marco muito importante para mim”.

Miguel Rocha divide a paixão do Hóquei em Patins com os estudos, está no 12.º ano e confessa que “às vezes torna-se difícil de conciliar. Mal acabam as aulas estou a correr para os treinos e agora os jogos. Mas são duas coisas obrigatórias e tenho de conseguir obter resultados. Dou o meu máximo tantos na escola como no Hóquei em Patins”.

Fotos: Lúcia Leal

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