“Só pela presença nesta fase final, o balanço só pode ser extremamente positivo”, disse Vítor Ribeiro, treinador da equipa de Minis B da Associação Desportiva de Esposende, que este ano se estreou no Campeonato Nacional de Minis B depois de se ter sagrado Campeã Regional da Associação de Voleibol de Braga.
A Associação Desportiva de Esposende conquistou o 12.º lugar entre 15 equipas presentes, mas mais que o resultado, o importante foi marcar presença e competir com as melhores do país, como referiu o técnico.
“Estar presente num encontro nacional onde se encontram as melhores equipas de cada Associação é fundamental para o desenvolvimento de uma estrutura que se pretende que seja sinónimo de formação de atletas de elevado valor acrescentado”, disse Vítor Ribeiro, que salientou que “quer para as atletas, quer para os treinadores, avaliar e retirar toda a informação sobre patamares de desempenho, sobre potencial de desenvolvimento e estruturação de expectativas é algo único que só se consegue competindo com os melhores”.
Neste sentido “o balanço geral, sendo o nosso clube ainda um projeto embrionário na modalidade de voleibol, só pode ser extremamente positivo, só pela presença nesta fase final”.
Para Vítor Ribeiro “as classificações competitivas nesta modalidade são o mais correto e concreto barómetro da competência de cada uma das equipas. Quem faz mais pontos/sets é mais competente do que quem faz menos pontos/sets. O 12.º lugar obtido foi o mais correto em resultado da aleatoriedade de um sorteio e da incapacidade que a equipa teve em fazer mais pontos que os seus adversários. Tal não significa que não tenhamos de fazer a nossa interpretação dos resultados”.
ERROS NÃO FORÇADOS E ANSIEDADE
“Em termos técnicos, apresentamos erros não forçados acima da média obtida ao longo da época. Em termos táticos, o facto de jogarmos com equipas que proporcionam transições e fundamentos muito mais rápidos do que estivemos habituados ao longo da época, fez com que as leituras e os deslocamentos fossem mais lentos e, por sua vez, realizamos o fundamento seguinte de forma mais desequilibrada”, disse o treinador da ADE.
Já em termos anímicos… “O ambiente competitivo, a temperatura no pavilhão, o barulho característico de ambientes e culturas mais competitivas, a idade precoce (cerca de 80 por cento das atletas apenas este ano fazem os 12 anos) levou a que a equipa estivesse bastante ansiosa e com muitas dificuldades de controlar os jogos nas fases decisivas”.
Vítor Ribeiro referiu que “numa avaliação puramente subjetiva, a diferença entre o sexto classificado e o 12.º era muito reduzida, tendo sido os pormenores e a organização competitiva (jogos por tempo, equipas organizadas em grupos) que ditou a classificação”.
“CONTINUAMOS BASTANTE CONFIANTES NAS OPÇÕES E ESTRATÉGIAS FORMATIVAS”
O treinador da AD Esposende sente que era difícil fazer melhor em termos classificativos, até porque “a grande maioria eram equipas compostas por atletas na sua maioria ou totalidade nascidas em 2010. A capacidade técnica e atlética das primeiras cinco equipas era notória. Competir com equipas que têm mais de 50 atletas de 2010, onde escolheram as melhores 10, focaram o seu trabalho nesta fase precoce no desenvolvimento técnico/físico, competiram ao longo da época com equipas igualmente fortes, era sem dúvida difícil um resultado no topo da classificação”.
Contudo “continuamos bastante confiantes nas opções e estratégias formativas. Acreditamos num princípio formativo baseado na leitura e dinâmica tática que leva o seu tempo de implementação. Não desejamos resultados desportivos em detrimento da formação de atletas que entendam os processos dinâmicos e complexos do jogo. Estamos conscientes das nossas limitações humanas e físicas e continuamos focados no processo continuando a ‘acreditar sem ver’”.
Perspetivas para o futuro? “80 por cento da equipa que esteve presente nesta fase final poderia repetir este processo competitivo na próxima época e com certeza obter uma classificação superior. Mas, tal como referi, estamos focados no processo e este grupo já vivenciou esta fase formativa de competir 4×4 com dinâmica tática, e já iniciamos a preparação da fase seguinte (6×6). Nesse sentido, o grupo irá competir na próxima época no escalão de Infantis. O facto de o clube não ter grupos grandes da mesma idade, faz com que a gestão dos objetivos e das próprias equipas se ajustem à realidade e o nosso foco seja exclusivamente a formação de atletas. Não significa, todavia, que descuremos os resultados competitivos e o título regional deste grupo é uma prova disso”, disse Vítor Ribeiro, que acredita que “o melhor está para chegar”.