João José Azevedo, da AXPO/FirstBike Team/Vila do Conde, está focado no que resta da época de Ciclocrosse. O ciclista de Famalicão participa no fim-de-semana no Campeonato Regional do Porto e quer “dar o melhor” aproveitando ainda para “preparar o Campeonato Nacional”, que se realiza no dia 15 em Vouzela.
“A prova do fim-de-semana é organizada pela minha equipa e realiza-se numa pista espetacular. O meu objetivo é mesmo dar o melhor e aproveitar para treinar a pensar já no ‘Nacional’ de Vouzela”, disse João José Azevedo.
Para o ciclista famalicense o Ciclocrosse é mais do que uma vertente para preparar a época… “O Ciclocrosse é uma forma divertida de preparar a época de XCO, mas para mim é mais do que isso porque gosto muito de Ciclocrosse, é mesmo a minha segunda modalidade”.
“PENA É NÃO HAVER MAIS PROVAS EM PORTUGAL”
Então esta é uma fase da época que gostas? “Sim, muito. As pistas este ano estão muito boas. Pena é não haver mais provas em Portugal. O ano passado tivemos 10 provas, este ano são oito e duas realizam-se no mesmo fim-de-semana. Depois há provas com duas categorias (Taça e Regional) e isso faz com que haja muitas poucas provas de Ciclocrosse”.
Para João José Azevedo em Portugal o Ciclocrosse não é levado a sério… “como diz um colega, o Ciclocrosse é uma brincadeira em Portugal. Não há prémios monetários decentes e não há uma boa organização a nível nacional por parte da FPC. Deveria ser um desporto nacional, que chegasse a mais pontos do país e o que vemos é que as provas se realizam acima do Mondego. Este ano Abrantes e Ansião foram exceção” e adiantou que “se queremos promover este desporto, deveria haver mais provas Regionais e Taças de Portugal ao redor do país, mas só vemos Associações do Norte a fazer”.
FALTA INVESTIMENTO
“Depois vemos as Associações do Norte a desinvestir. A AC Porto foi de cinco provas da Superliga para duas e uma destas provas é associado à Taça de Portugal. Tira logo a oportunidade de haver três. A AC Minho, que tanto se orgulha de ter maior comunidade filiada do Ciclismo nacional, tem o seu Regional associado à Taça de Portugal. Poderiam criar um Regional à parte e Melgaço poderia ser exclusivamente nacional”, referiu João José Azevedo, que salientou que “a AC Minho até tem condições para fazer um Regional, pois possuem o Centro de Ciclismo em Souto, Guimarães, que tem condições excelentes para receber uma prova de CX. Pode ser uma ideia para o futuro”.
Lamentando a falta de aposta no Ciclocrosse, João José Azevedo fez questão de “louvar Associações como AC Beira Litoral que em novembro vão avançar com o seu primeiro Regional de CX… espero que haja mais Associações a seguir-lhe o exemplo”.
“CICLOCROSSE É UMA DAS VERTENTES MAIS COMPLETAS”
O Ciclocrosse é uma vertente que ajuda a preparar a época, mas é preciso alguma preparação específica para o Ciclocrosse? “É preciso saber andar na lama… não parece, mas é. E depois há a técnica de saber montar e desmontar, de correr com a bicicleta às costas. Saber montar a bike e automaticamente ter pés encaixados, é preciso ter boa técnica”, disse João José Azevedo, que considera o Ciclocrosse uma das vertentes mais completas do Ciclismo: “vemos a comunidade de estradistas e betetistas toda junta e depois fazem modalidades diferentes. Vemos Pidcok, Wout van Aert, Mathieu van der Poel a correr em outras vertentes e serem os melhores, sabendo que vieram todos do CX”.