“É claro que custa… deixa alguma tristeza, mas esta é a lei da vida e chegou a hora de deixar o Ciclismo profissional”, disse Tiago Machado, famalicense da Rádio Popular/Paredes/Boavista, no final da 83.ª Volta a Portugal em Bicicleta.
Após um Contrarrelógio em que não pode dar o seu máximo, por estar ainda combalido da queda que sofreu na oitava etapa, Tiago Machado lamenta apenas “não ter podido ajudar o Luís” e adianta que “ele ficou isolado muito cedo, queria ajudá-lo, mas não consegui fazer mais, não consegui evitar as quedas. Foi pena porque perdemos um pódio que nos ia saber muito bem”.
QUEDAS MARCAM VOLTA A PORTUGAL
Tiago Machado lembra que “fiz a preparação correta para a Volta e o resultado do prólogo deixou boas indicações, mas cair na véspera de duas etapas decisivas acabou por condicionar e muito o meu desempenho”.
O ciclista famalicense sofreu a última queda na etapa que antecedeu a subida à Senhora da Graça… “fiquei um pouco maltratado e abalado. Não consegui descansar como deveria e não puder ser uma ajuda para o Luís. Mas isto faz pate do Ciclismo e se caímos duas vezes, temos de levantar três e seguir em frente… Claro que não conseguimos render o mesmo, estamos limitados, mas saio de consciência tranquila porque deu o podia”.
“AGORA VOU DESFRUTAR DO CICLISMO DE OUTRA FORMA”
Qual é o sentimento agora que terminou a sua última a Volta a Portugal? “É um sentimento… nem sei bem explicar. Custa, claro que sim, é triste”, disse Tiago Machado, que salientou que “não me posso queixar da minha carreira como ciclista. Foram 18 anos em que desfrutei ao máximo… agora vou desfrutar do Ciclismo de outra forma. Vou fazer uma coisa que gosto e que quero seguir”.
O ciclista de Famalicão salienta mesmo que “tive a sorte do meu pós carreira ser facilitado, coisa que muitos ciclistas não têm. Fico feliz pela oportunidade que me dão e acho que tenho de agarrar essa oportunidade da melhor maneira que eu consiga”.
Afirmando que “ser diretor desportivo é um objetivo”, Tiago Machado mostra-se satisfeito por começar na Formação… “entendo que devemos sempre começar por baixo, para ganhar experiência, adquirir competências e, no fundo, aprender. Começar a trabalhar com a Formação é muito bom e aliciante”.
“VOU TENTAR ACABAR A CARREIRA COM O MÁXIMO DE BRIO POSSÍVEL”
O novo desafio que tem pela frente não começa já. Tiago Machado e o Ciclismo nacional têm pela frente ainda um longo calendário…
“Vou tentar acabar a carreira com o máximo de brio possível e com a melhor condição. Estes últimos dias, com as quedas, não correram como era esperado, mas agora é recuperar bem, recarregar baterias e encarar o que falta da época com a motivação de sempre”, disse Tiago Machado, que adiantou que “vou tentar aproveitar o máximo possível e recuperar o mais rápido até porque no próximo fim de semana começam os tradicionais circuitos e deverei estar presente”:
Para já, Tiago Machado vai “aproveitar” a família, até porque “esta é uma prova que obrigada estarmos longe de casa e dos que mais gostamos e custa imenso. Tenho a felicidade de, em grande parte da Volta, ter a minha família a acompanhar-me, a marcar presença nas etapas e isso torna tudo menos penoso”.