“Foi um ano positivo com alguns bons resultados, mas faltou ganhar e realizar uma Volta a Portugal melhor para ser um ano excelente”, disse César Fonte, ciclista de Vila Franca, Viana do Castelo, que alinha na Kelly/Simoldes/UDO.
O ciclista vianense, que terminou a época competitiva com um top10 no Grande Prémio de Ciclismo JN, não foi feliz na Volta a Portugal, pois sofreu uma queda na segunda etapa que o condicionou o resto da prova…
“A queda em Castelo Branco prejudicou o meu rendimento”, disse César Fonte, que salientou que “o ciclismo é mesmo assim, muito trabalho para me apresentar bem fisicamente e num instante, logo no início corrida, tudo muda”.
De todas as corridas feitas este ano, César Fonte salienta o Campeonato Nacional, em que fez sétimo lugar… “senti que estava bem e que podia ter feito melhor resultado, mas falhei taticamente”.
VIANA CASTELO RECEBE VÁRIAS CORRIDAS DE CICLISMO
O Minho foi palco este ano de várias etapas de provas e César Fonte garante que “essas corridas têm sempre um significado diferente…passar pela nossa terra é sempre um momento que fica gravado. É bom ver que Viana do Castelo recebe cada vez mais corridas de Ciclismo. É uma cidade que tem vindo a apostar muito no desporto”.
Sentes que Viana do Castelo e os vianenses dão valor aos atletas da casa? “Sim, sem dúvidas. Eu, pelo menos, sinto-me acarinhado por muita gente”.
Este ano já houve um calendário de provas mais regular, mas sentes que a pressão da pandemia ainda teve um peso negativo na modalidade? “Teve em termos de custos, as equipas e organizadores tiverem custos acrescidos por causa das testagens”, disse César Fonte, que adiantou que “e depois teve em termos dos adeptos, ainda havia muitas restrições, mas, infelizmente para a modalidade, para seguir em frente essas medidas tinham que ser tomadas. Penso que pouco a pouco tudo voltará a normalidade”.
COVID-19: “RECEIO EXISTE DESDE O INÍCIO DA PANDEMIA”
Em algum momento receaste poder contaminado durante uma prova e ser obrigado a abandonar, como aconteceu com alguns colegas de profissão? “O receio existe desde o início da pandemia, seja durante o nosso trabalho ou fora dele. A nossa obrigação é tomar as medidas sugeridas e esperar que nada de mal acontece”, referiu César Fonte.
O ciclista vianense lembrou que “o que aconteceu ao Tiago e ao João e à equipa do RP Boavista podia acontecer a mim e qualquer outro colega de profissão e equipa, todos estávamos sujeitos ao mesmo”.
FÉRIAS SÓ EM OUTUBRO
As competições já terminaram em Portugal, mas César Fonte continua a trabalhar…agora de forma mais descontraída: “por enquanto ainda continuo a treinar, faço voltas mais curtas e sem grande intensidade, no fundo desfrutando simplesmente da bicicleta. No início de outubro vou parar uns dias para descansar e repor energias e depois para o final do mês regresso ao trabalho com a época 2022 em vista”.
É fácil de gerir este período sem competição? “Estes dias só têm um mal… passam a voar. Aproveito esta altura para fazer muitas coisas, que não posso fazer durante o ano”, referiu César Fonte.
Também na alimentação, o ciclista vianense abre uma exceção nesta altura… “nesta fase de férias não olho à alimentação. Aproveito para comer o que durante o ano tenho que me privar. Nesta fase gosto de aproveitar e não me privo de nada. Depois quando acabar as férias e voltar ao trabalho, aí sim já começo a ter cuidado com a alimentação”.
Qual o teu prato favorito? “Como bom minhoto gosto bem de boas tainadas. Há muitas comidas que gosto, mas o que prefiro, desde sempre, é a língua estufada com puré e ervilhas”, mas há mais “um bom cabrito, bacalhau à Bráz ou arroz de sarrabulho são, igualmente, pratos que gosto bastante”.
NO CICLISMO DESDE OS 15 ANOS…
César Fonte está no Ciclismo de Estrada desde os 15 anos… “comecei no BTT, em corrida que se realizavam na minha terra, Vila Franca, um pouco em brincadeiras de amigos de escola”, depois “comecei a ganhar o gosto pela bicicleta e fui para a Estrada aos 15 anos” envergando as cores da Escola Ciclismo de Santa Marta.
Considerando que “não é um desporto fácil”, César Fonte considera que “tem de se gostar muito para andar no Ciclismo”.
Ainda tens muitos sonhos por concretizar no Ciclismo? “Digamos que com os passar dos anos somos cada vez mais realistas e menos sonhadores, contudo desafios pela frente sempre existirão e o foco será sempre superar os desafios e ser competitivo. Quando deixar de ter essa ambição então mais vale deixar o profissionalismo”.
O que gostavas de alcançar na próxima época? “Neste momento ainda não penso nisso, agora é hora de descansar…” disse o ciclista vianense, que adiantou que “vou esperar para ver qual será a equipa em 2022 e esperar pelo calendário, depois logo se verá o que poderei fazer”.