O Grupo Desportivo André Soares vai avançar com a criação da equipa de Sub-19 femininos para a época 2021/22. O conjunto de Braga vai ter assim, e pela primeira vez, três escalões femininos a disputar as provas da Associação de Basquetebol de Braga.
O projeto no feminino tem evoluído bastante no GDAS e só no último ano – e apesar da pandemia – conseguiu mais que duplicar o número de atletas: terminou a época com meia centena de inscritas e mais algumas que, não estando inscritas, eram já presença assídua nos treinos.
“As atletas sentem que o clube tem um projeto para elas. É um projeto que arrancou há alguns anos e está a ser trabalhado. Não é um grupo isolado e as atletas percebem isso e envolvem-se na equipa”, disse Jorge Ramôa, responsável pelo Basquetebol feminino no Grupo Desportivo André Soares.
A prova que o projeto feminino foi criado para singrar, é a criação de uma nova equipa e que irá ser constituída, maioritariamente, por atletas formadas no clube…
“O clube vai ter pela primeira vez três escalões no feminino: as Sub-14, Sub-16 e Sub-19”, referiu Jorge Ramôa, que explicou que “da atual equipa de Sub-16 um grupo de atletas sobe a Sub-19, aos quais se vão juntar algumas das atletas que já passaram pelo clube. Depois temos um grupo alargado das Sub-14 que sobe às Sub-16”.
As equipas ainda não estão completas e o clube tem as portas abertas “para quem quiser aparecer e experimentar o Basquetebol”.
JORGE RAMÔA: “A ÚNICA COISA QUE ESPERO É QUE SEJAM COMPETITIVAS”
Quanto a objetivos, Jorge Ramôa salientou que “as Sub-19 e as Sub-16 vão ter equipas muito novas, a maior parte serão de primeiro ano”, por isso “a única coisa que espero é que sejam competitivas. Não estamos a pensar em ser Campeões, seria difícil neste primeiro ano aspirar a isso. Vamos trabalhar e nas épocas seguintes já poderemos traçar metas mais ambiciosas”.
Claro que “o facto de não traçarmos o título como objetivo, não quer dizer que não vamos ser competitivos e até podemos fazer um brilharete, como aconteceu há dois anos com a equipa de Sub-16. Sabemos que é difícil porque vamos apanhar equipas com atletas dois anos mais velhas, com mais tempo no Basquetebol e mais experiência, mas tudo depende de como correr a época”.
Mais dificuldades poderá ter a equipa de Sub-16… “em que temos meninas que começaram a jogar há dois anos e pouca competição tiveram devido ao covid-19. Temos muito que trabalhar, mas isso não é algo que nos assuste”.
De resto as duas últimas épocas foram a prova que o GDAS “conseguiu dar a volta por cima” e referiu que “neste período complicado não senti de facto as meninas a desistir do Basquetebol. As que deixaram de ir aos treinos foi mais por fatores externos e não pelo clube, pelo trabalho ou pelo Basquetebol… Aliás nas Sub-14 acabaram por criar uma maior ligação entre elas, uniram-se mais e receberam muito bem as novas”.
“ESTA ANO CRESCEMOS BASTANTE”
O Grupo Desportivo André Soares, que este ano tinha dois escalões femininos, acabou por ter uma grande vitória este ano: o aumento de número de atletas. No final da época, o conjunto bracarense tinha já 53 atletas inscritas e algumas mais por inscrever…
“Este ano tivemos uma grande vitória, crescemos bastante. Conseguimos ter uma grande evolução em termos femininos nos minis e tivemos mais atletas envolvidas em todos os escalões. Chegamos ao fim com 53 atletas inscritas e mais algumas que estavam a treinar, mas não estão inscritas”, disse.
Jorge Ramôa refere mesmo que “o primeiro ponto importante a retirar desta última época é mesmo o crescimento em termos de atletas no projeto feminino” e lembrou que “as Sub-14 começaram a época com sete meninas, fomos trabalhando com o grupo com o que tínhamos, mas o boom foi muito grande e acabamos com 20 meninas a treinar”.
Em termos competitivos, Jorge Ramôa salientou que “entramos nas competições sem objetivos competitivos. Os jogos não eram amigáveis, mas também não contavam para nada e, por isso, o objetivo era consolidar o grupo, manter as atletas envolvidas e disponíveis para a competição”.
Já com as Sub-16: “era diferente, a equipa estava mais consolidada, vinha de alguns bons resultados na época anterior, e entramos com o objetivo de evoluir em termos qualitativos. Conseguimos fazer isso, em termos do que era o trabalho do dia a dia e a jogar. Nesta fase final tivemos alguma dificuldade de trabalhar o grupo de Sub-16 devido a um misto de fatores e que nos impediu de aparecer tanto”.
O GDAS nunca chegou a parar. Durante o confinamento manteve-se o contacto com as atletas e regressou aos trabalhos em conjunto – embora seguindo sempre todas as regras – logo que foi possível. Começou com os treinos ao ar livre e quando foi possível regressou ao pavilhão.
“Tentamos sempre perceber o que poderíamos fazer e como poderíamos dar os treinos. Estivemos sempre um passo à frente e isso ajudou a ‘prender’ as atletas à modalidade e ao clube. Depois as próprias atletas foram passando a palavra, trouxeram amigas e terminamos a época com um bom grupo de atletas, que nos permite encarar o futuro com esperança e muita confiança”.
Tal como fez no arranque da época e no final do confinamento, o GDAS manteve os trabalhos mesmo depois do fim do Torneio Distrital… “trabalhamos até final do mês de julho. A ideia foi trabalhar mais a parte técnica e a tática individual. Fizemos muitas coisas divertidas, serviu também para eles se conhecerem melhor. Não foi um preparar da próxima época, mas antes um reforçar do espírito de equipa e também serviu para integrar as meninas novas”.