O AVC Famalicão regressou, este fim de semana, à competição com uma vitória importante sobre o CD Aves. A equipa já não jogava há cerca de um mês, mas deu uma excelente resposta e promete estar na luta pelos lugares cimeiros…assim o permita a pandemia.
Vítor Oliveira, treinador do AVC Famalicão, começou por referir que “estar tanto tempo sem jogar nunca é bom, mas era algo que estava previsto para os trabalhos da seleção Nacional, entretanto, anulados. Aproveitamos para trabalhar e ajustar algumas coisas que faziam falta e que não tínhamos grandes hipóteses de fazer porque o tempo de treino era sempre curto devido a toda esta situação. Mas esta paragem deu para mudar algumas coisas e cimentar outras”.
Sobre o jogo de sábado, Vítor Oliveira salientou que “acabou por correr bem e permitiu-nos pôr em campo o que trabalhamos estas semanas. Foi um bom jogo nesse aspeto” e nem mesmo o facto de estar um mês sem jogar afetou a equipa: “claro as atletas gostam se jogar todas as semanas, mas elas portaram-se muito bem nesse sentido, não vi ali muita diferença do que costumam fazer. Foram muito competitivas e estiveram muito bem”.
DIFICULDADES AUMENTAM
Interrogado sobre se o AVC Famalicão está agora no bom caminho, Vítor Oliveira salientou que “estamos a viver uma situação difícil e incerteza…nunca sabemos como vai ser o dia de amanhã. Em termos desportivos são tantas as dificuldades quer a nível de treinos, quer das condições gerais que nos impedem de fazer e dar o nosso melhor. Nesta altura, e com o confinamento, o Pavilhão das Lameiras está fechado, apenas abre para treinarmos, o ginásio esta encerrado. Por isso, não sabemos se estamos no bom caminho”.
“É muito difícil trabalhar nestas condições. Como não temos pavilhão próprio, estamos limitados a nível de horários e agora ficamos sem poder ir ao ginásio para fazer a preparação física porque teve de fechar. Tudo isto causa-nos muitos problemas, mas, infelizmente, é o que temos. Há uma grande desigualdade entre os clubes e, com esta situação da pandemia, saímos prejudicados”, referiu aquele técnico.
“VAMOS LUTAR PELA MENOR CLASSIFICAÇÃO POSSÍVEL”
Quanto a perspetivas para esta nova fase do campeonato, Vítor Oliveira lembrou que “nós começamos a época com muitos infortúnios, tivemos várias lesões em atletas fundamentais e isso limitou a equipa e tudo aquilo que podíamos fazer em jogo, bem como os próprios resultados. Depois fomos assistindo a algumas coisas com as quais não estou de acordo. Vimos clubes a não cumprir as normas, o que fez com que os jogos fossem sucessivamente adiados e quem saiu prejudicado foram as equipas como o AVC, que seguiram todas as regras… acho que estas situações não deveriam ter sido geridas desta forma”.
Vítor Oliveira referiu ainda que “sabíamos que íamos encontrar um campeonato supercompetitivo, foram várias as equipas que fizeram investimentos altíssimos, aliás muitas equipas melhoraram os seus plantéis nestes meses de dezembro/janeiro. Um clube como o nosso não tem essa capacidade de investir. Mesmo assim temos argumentos e vamos lutar pela melhor classificação possível. Ficar no top4 ainda uma possibilidade e depende de nós, também sabemos que pode não ser possível, mas vamos trabalhar”.
“COMPETIÇÃO ESTÁ MANCHADA DESDE O INÍCIO”
Afirmando que “vamos tentar ficar o mais acima possível”, Vítor Oliveira confessa que “neste momento, o que mais me preocupa, sinceramente, é o estado do país. Vemos as coisas a ficar cada vez pior e não percebo como não se toma cuidado. Preocupa-me que se feche o desporto de Formação e o resto não. Fecham-se umas coisas e outras não, não percebo. Estamos nesta situação complicada para o país e não se age”.
Quanto à competição em si: “está manchada desde o início de setembro, desde que começaram a surgir os casos e nada foi feito. Os clubes não tomaram os devidos cuidados e nada lhes aconteceu. Quem se preocupou, quem seguiu as regras é que acabou prejudicado. Nas competições europeias isso não aconteceu assim”.