O SC Braga apresenta-se este ano com uma equipa algo remodelada para participar no Campeonato Nacional da I Divisão de Voleibol feminino. O clube, que tem como base as atletas da Formação, contratou, pela primeira vez na sua história, três atletas numa clara aposta de se tornar “mais competitiva”.
A ideia do SC Braga é fugir dos lugares do fundo da tabela e garantir o quanto antes a manutenção no escalão maior do Voleibol feminino, que tem crescido imenso e promete ser, em 2020/21, um dos mais competitivos de sempre.
REGRESSO AOS TREINOS
O grupo treinado por João Paulo Mateus Pereira regressou aos treinos esta semana, ainda sem contar com a totalidade das atletas e estando limitado no tempo e no que é possível fazer dentro das restrições impostas pela DGS.
“Começamos a treinar esta semana, no Pavilhão da Univ. Minho, mas com algumas limitações e a fazer um trabalho um pouco diferente, do que seria um arranque de época normal. As atletas estiveram muitos meses paradas e, por isso, o trabalho tem de ser diferente” disse João Paulo Mateus Pereira, treinador da equipa do SC Braga.
Segundo aquele técnico na primeira semana “fizemos mais um trabalho de reabilitação, mais físico. A partir de setembro faremos um trabalho mais específico de Voleibol”.
PARAGEM DEIXA MARCAS
A primeira semana de trabalhos deixou bem visível as sequelas provocadas por quase cinco meses de paragem… “o que verificamos foi um défice físico muito grande nas atletas, assim como ao nível do toque da bola” e adiantou: “independentemente do acompanhamento que tiveram e por mais que quiséssemos nunca conseguiríamos controlar a preparação de todas as atletas e durante tanto tempo. Todos sabemos que, e apesar de todo o empenho que as atletas possam ter, a forma de gerir o trabalho individualmente é diferente do feito em contexto de treino coletivo”.
João Paulo Mateus Pereira referiu ainda que “notamos uma falta de adaptação ao contexto da bola, o que é natural porque foi muito tempo sem contacto com a bola. Isso aliado à questão física deixam a equipa com algumas dificuldades que vamos tentar debelar durantes estas primeiras semanas de trabalho para depois avançarmos para as questões do jogo propriamente ditas”.
O treinador da equipa Sénior do SC Braga lembrou que “o Voleibol já é uma modalidade em termos de competição bastante desequilibrada, as provas terminam, por normal, em maio e nós já nos queixamos porque é muito tempo de paragem. Nós, em termos de clube, vamos mantendo as atletas em contexto de treino até julho. Agora estas atletas estão paradas desde início de março e retomamos agora… foi muito tempo”.
O SC Braga peca por não ter instalações próprias… “há equipas que já estão a trabalhar há quatro, cinco semanas porque têm pavilhão próprio. Nós não temos um espaço próprio e mesmo assim começamos a treinar porque a Universidade o Minho tem as instalações abertas. Por exemplo, na Formação ainda não nos é permitido começar a trabalhar”.
EQUIPA REFORÇADA
O SC Braga apresenta para a nova temporada algumas novidades. Pela primeira vez na sua história o clube contratou três atletas que vão colmatar a saída de outras tantas (Oposta, Central e Distribuidora) que saíram e que tinham sido formadas no clube.
O SC Braga que vai para o seu 14.º ano no escalão maior do Voleibol feminino mostra assim uma clara vontade de ser mais competitiva e abandonar os lugares do fundo da tabela.
João Paulo Mateus Pereira referiu “ao longos dos anos temos vindo a potenciar o Voleibol. Esta é a minha quinta época no clube e ano após ano tem havido evoluções em termos técnicos, táticos, estratégicos porque queremos sempre melhorar”.
“Essa é a nossa ideia este ano, queremos ter uma equipa mais competitiva. O SC Braga é uma equipa de Formação e vai continuar a ser, mas o Voleibol feminino está a ter um desenvolvimento muito forte e nós temos de fazer outro tipo de investimento para continuar na I Divisão. Apesar de, orgulhosamente, estarmos há 14 épocas no escalão maior, a verdade é que temos sempre dificuldades para nos mantermos”.
De resto “as outras vão se apetrechando com atletas portuguesas de qualidade e estrangeiras e nós temos ficado sempre com o que sai da nossa formação. Este ano e dentro do contexto atual, a estrutura do SC Braga olhou para o Voleibol, reconheceu que temos feito um trabalho de excelência, e decidiu fazer o investimento de forma a podermos ser mais competitivos”.
“Vamos ser reforçados com atletas que vêm de fora e foram escolhidas por nós. São atletas que têm de se integrar no nosso projeto, ou seja, têm de ser um exemplo não só como atletas, mas na sua atitude, na referência que possam ser e, por conseguinte, tornar o grupo mais forte”, disse João Paulo Mateus Pereira.
“CAMPEONATO MUITO MAIS COMPETITIVO”
O treinador do SC Braga está consciente que “as outras equipas também vão estar mais fortes, também estão a fazer fortes apostas, mas nós também. Pela primeira vez fomos buscar jogadoras fora com a intenção de sermos mais competitivos, de conseguirmos subir uns patamares no campeonato”.
Sobre o campeonato, João Paulo Mateus Pereira não tem dúvidas: “vamos ter um campeonato com mais equipas e que vai ser muito difícil, muito exigente. Acredito que vai ser um campeonato muito mais competitivo. Claro que no momento que estamos a atravessar não podemos falar muito no amanhã, porque tudo pode mudar de um momento para o outro, mas penso que vamos ter o campeonato mais competitivo de sempre do Voleibol feminino. Vamos ter um campeonato em que, possivelmente, os principais clubes (futebol) vão estar representados. Falta a Poule de Subida, mas aí os grandes candidatos são o Vitória SC e o Benfica, portanto, adivinha-se um campeonato muito disputado, muito forte”.