
O Famalicense quer estar na linha da frente da Patinagem Artística. Para isso o clube de VN Famalicão está apostado na formação de atletas. e este ano conta com um grupo de 45 meninas entre os seis e os 16 anos de idade.
A secção de patinagem artística no Famalicense tem cerca de sete/oito anos e há três que Ângela Cardoso assumiu as funções de treinadora, num clube que se dedica à Patinagem Livre e quer, ao longo do tempo, ganhar o seu espaço na modalidade.
“Nós queremos estar na linha da frente da Patinagem Artística, queremos estar presentes com atletas nas provas nacionais, ter cada vez mais meninas nos Campeonatos Regionais e participar nos torneios associativos. Essa é a nossa meta. Vamos devagar, mas queremos dar passos seguros. Vamos crescendo conforme podemos”, começou por referir Ângela Cardoso.
FAMALICENSE COM EQUIPA DE 45 MENINAS

Sobre a equipa deste ano, a treinadora do Famalicense referiu que “temos um grupo de 45 meninas. Todos os anos entram novas atletas e saem algumas, o que é normal. Temos uma turma específica para meninas que querem entrar e que têm um tempo para ver se gostam ou não porque elas nem sempre se adaptam. Assim, têm um período para experimentar”.
Angariar meninas para a Patinagem Artística nem sempre é fácil… “hoje em dia a patinagem artística já chama a atenção das meninas. Já é uma modalidade que elas gostam de fazer talvez motivadas por algumas séries e filmes. No entanto, nós nos Famalicense temos um senão que são os horários. Os treinos para a turma das meninas que entram são ao sábado, às 8.30 horas e, por vezes, esse é um fator desmotivador para os pais”.
ÂNGELA CARDOSO: “TEMOS QUE REAJUSTAR OS NOSSOS OBJETIVOS”
O Famalicense entrou com algumas ambições para a presente temporada, mas devido à pandemia Ângela Cardoso considera que “temos que reajustar os nossos objetivos. Vamos tentar participar no que for possível e dentro do que houver para participar. A época da Patinagem Artística ainda está indefinida. Não temos datas para nada. Não sabemos quando vai terminar esta pandemia e, por isso, está tudo em suspenso”.

Afirmado que “não sabemos quando podemos recomeçar a treinar”, Ângela Cardoso garante que “sem treinos não dá para ir às provas, mesmo que elas sejam marcadas”.
ATLETAS A TREINAR DE CASA
As atletas do Famalicense estão a treinar de casa, mas a patinagem artística requer muito mais do que fazer exercícios…“estamos parados desde o dia nove de março. Não há treinos com patins calçados, nem com a treinadora presente. A patinagem artística é uma modalidade muito específica, que engloba muitas atividades. Não é só calçar os patins e fazer. Tem muitas ações, todas elas importantes e que neste momento não podem ser feitas”.
Ângela Cardoso tem incentivado as suas atletas a manter a atividade física, mas considera que “trabalhar à distância não é fácil. Eu vou passando alguns exercícios, algumas atletas vão cumprindo, mas não temos uma referência do que estão a fazer. Não somos um clube de competição, ainda estamos na formação, são meninas que ainda estão a aprender. Com esta paragem é mais difícil manter a ligação do treino”.

“FIQUEI SATISFEITA COM O QUE FOI FEITO”
Até ao momento da paragem o Famalicense já tinha participado no segundo Open de acesso ao Campeonato Nacional e nos Testes da APM, que se realizam em Braga.
“Na altura da paragem estávamos a preparar as meninas para participarem no Open de acesso às provas nacionais. Já tínhamos participado no segundo Open, mas não conseguimos que as meninas conseguissem o acesso. Participamos também nos testes da APM”, disse a treinadora do FAC, que adiantou que “fiquei satisfeita com o que fizemos nos testes. Foram os primeiros da época e gostei do empenho. No Open para ao acesso ao Nacional levamos duas atletas. Ficaram muito perto do apuramento. É uma prova exigente e as minhas atletas não têm muita experiência a nível nacional. Não se pode cometer falhas, mas os nervos, a ansiedade, a idade e a falta de experiência pesam muito nessas horas”.
FALTA DE ESPAÇOS

Ângela Cardoso considera que “as meninas têm tido uma entrega enorme e têm conseguido muito, tendo em consideração o tempo de treino. Nós estamos um passo atrás em relação à maior parte dos clubes do Minho. Só conseguimos treinar três vezes por semana, quando os restantes clubes já conseguem treinar quase todos os dias”.
A questão é que “temos falta de espaços. O pavilhão tem duas pistas, mas não chega. O clube tem muitas modalidades, algumas das quais estão na I Divisão e outras estão a tentar chegar lá. O clube tem muitas equipas da formação e todos querem e precisam de treinar. Claro que nós, Patinagem Artística, também queremos estar na linha da frente da nossa modalidade, por isso, aproveitamos todos os bocadinhos, mas é muito difícil arranjar espaços”. Até porque “o pavilhão também é usado pelas escolas e, por isso, nem durante a tarde temos disponibilidade de espaço para treinar”.