A Seissa|KTM-Bikeseven|Matias&Araújo|Frulact entrou da melhor forma na época 2020. A formação de Roriz, Barcelos, marcou presença nas provas de Ciclocrosse e Pista (Taça Portugal e Campeonato Nacional), conquistando resultados de muito bom nível, e estava a iniciar a época de Estrada, tendo-se destacado nas três provas que se realizaram do calendário nacional.
No clube, que tem como lema ‘porque existimos para formar!’, os resultados são encarados com satisfação e um incentivo para continuar a trabalhar, mas o mais importante é mesmo a formação e evolução dos atletas.
HÉLDER BRAGA “PRESTAÇÕES BASTANTE POSITIVAS”
“Nós começamos bem a época. Fizemos uma boa campanha no Ciclocrosse e na Pista. Cada vez mais os nossos alunos querem participar no Ciclocrosse e demonstram uma adaptação natural e uma grande evolução no Ciclocrosse. O mesmo se passa na Pista. No global encaramos o Ciclocrosse e a Pista como uma preparação para a época de Estrada e BTT”, começou por referir Hélder Braga, diretor desportivo da Seissa, que adiantou que “nesse contexto as prestações que tivemos foram bastante positivas”.
De referir que a Seissa participou, quer em Ciclocrosse, quer na Pista, com atletas Juvenis, Cadetes e Juniores.
BONS RESULTADOS NO CICLOCROSSE E NA PISTA
Em Ciclocrosse a Seissa viu Tomás Carvalho ficar no terceiro lugar do Ranking da Taça de Portugal, enquanto em Juvenis, prova não pontuável para a Taça de Portugal, os atletas da Seissa marcaram presença no pódio em praticamente todas as cinco etapas. Já no Campeonato Nacional, João Martins terminou em quarto em Cadetes e Diogo Miranda venceu Campeonato da Juventude.
Na Pista, a Seissa/KTM-Bikeseven/Matias&Araújo/Frulact fez segundo lugar na Perseguição por equipas no Campeonato Nacional em Cadetes. Tomás Carvalho foi segundo em Scratch, na Eliminação e quarto na Corrida por Pontos.
No Campeonato da Juventude destinada a Juvenis Paulo Fernandes venceu em Scratch, Diogo Miranda foi terceiro nos 500m.
Na Taça de Portugal e depois de vários pódios durante as três provas, Tomás Carvalho foi segundo nos 500m em Cadetes. Paulo Fernandes foi o grande vencedor em Scratch em Juvenis. Nos 500m, Diogo Miranda e Paulo Fernandes subiram ao pódio.
“PRETENDEMOS QUE OS ALUNOS APRENDAM E ESTEJAM APTOS PARA TODAS AS VERTENTES”
“Os Juvenis e Cadetes aderiram muito bem às duas vertentes e conseguiram obter resultados muito positivos, mas o que mais destacamos é a evolução que eles tiveram ao longo das provas, adquiriram competências que vão ser úteis para o resta da época e para o seu futuro”, disse Hélder Braga, que lembrou que “conquistamos vários pódios em Juvenis e Cadetes, tanto no Ciclocrosse como na Pista. E alguns foi a primeira vez que foram a estas vertentes”.
Afirmando que “estamos contentes com o desempenho dos alunos”, Hélder Braga reforçou que “estamos satisfeitos com todos. Mesmo com os alunos que, devido à limitação de atletas nas provas de Pista, não conseguiram ir à Taça ou ao Campeonato Nacional. Mas nós fizemos vários treinos na Pista e os alunos deram sempre o seu melhor no sentido de aprenderem e evoluirem”.
Hélder Braga referiu que “nós no contexto de academia, pretendemos que os alunos aprendam e estejam aptos para correrem em qualquer das vertentes do ciclismo. Damos valor à aprendizagem e agrada-nos perceber que os alunos vão evoluindo e vão-se evidenciado nas provas. Se repararmos, hoje em dia os grandes ciclistas destacam-se nas várias vertentes, são bons no BTT, na Pista, na Estrada e nós queremos dar essas ferramentas aos nossos alunos para que sejam melhores atletas no futuro. Sejam atletas mais completos”.
BONS RESULTADOS NO BTT
No BTT a equipa de Roriz também entrou bem na época 2020. No 6.º BTT XCO de Melgaço, o conjunto barcelense venceu por equipas a prova de Escolas, depois de ter ido ao pódio nas categorias de Pupilos/Benjamins, onde conta este ano com três estreantes, Iniciados e Juvenis. Na competição, a Seissa alcançou o segundo em Cadetes, por João Martins, e o terceiro lugar em Juniores, por Marcelo Gabriel. José Ribeiro foi terceiro em Master 40 e a Seissa|KTM-Bikeseven|Matias&Araújo|Frulact garantiu o segundo lugar por equipas.
ÉPOCA DE ESTRADA DEU BOAS INDICAÇÕES
No que diz respeito à Estrada, os Juniores da Seissa começaram a época a participar no Circuito de Don Benito, Prova de Abertura de Espanha. A sete e oito de março nas prova do calendário nacional, a Prova de Abertura – Prémio Cidade de Fafe e no Prémio de Ciclismo de Barroselas -, enquanto os Cadetes correram a Prova de Abertura. Nos dois casos os resultados desportivos fora muito positivos.
“Nos Juniores tivemos uma equipa a discutir as decisões das corridas. Em Fafe, o Ricardo Machado fez parte do grupo de fugitivos e terminamos com o Marcelo Gabriel no Top5. Em Barroselas voltamos a estar presente nas discussões. Colocamos quatro dos cinco ciclistas no Top10 e fizemos um terceiro lugar pelo Ricardo Machado. Foi muito positivo”.
Já a equipa de Cadetes deslocou-se a Cantanhede para participar na Prova de Abertura: “a equipa cumpriu com o que lhe foi pedido. Não conseguimos levar a equipa completa porque dois atletas ficaram com gripe. Participamos com nove ciclistas, sabemos que ainda temos muito trabalho pela frente, mas tivemos uma boa participação em Cantanhede. Estivemos na discussão das metas volantes e dos prémios de montanha. Conseguimos trazer duas camisolas, a da Juventude e das Metas Volantes e o João Martins ainda ficou no top10. No entanto, o mais importante não são os resultados, mas o desempenho deles. Todos eles estiveram muito bem”.
JOÃO MARTINS, UM VALOR A DESPONTAR
João Martins, que está no seu primeiro ano de Cadete, tem estado em destaque neste arranque de época…“o João é um dos atletas que está no seu primeiro ano de Cadetes, mas já tem alguns anos de ciclismo. Ele começou como Benjamim na nossa Associação e tem estado em todas as vertentes, a evolução dele tem sido natural e tem-se evidenciado em todos os escalões com excelentes resultados. Portanto, este ano não é surpresa vê-lo a discutir as corridas”.
Para além de João Martins, a Seissa tem na sua equipa de Cadetes vários atletas de primeiro ano: “o Gabriel Batista, que na corrida em Cantanhede teve o azar de cair. Temos ainda o Guilherme, que não esteve presente na Prova de Abertura, e o Henrique, que fez um bom treino e tem evoluído muito bem. O Bruno Lopes fez uma boa corrida, andou sempre bem colocado no pelotão”.
Afonso Luz e Diogo Carreiras são Cadetes de segundo ano e também eles estiveram em bom plano n arranque da época.
“SATISFEITOS COM O QUE CONSEGUIMOS”
Satisfeito com o desempenho da equipa, Hélder Braga salientou que “fomos lá para discutir a corrida e ficamos satisfeitos com o que conseguimos na primeira prova da época. Nós vamos para as corridas com uma estratégia, sempre com o intuito de estar na discussão das decisões. Não o conseguimos sempre, mas é importante focarmo-nos nisso, manter os ciclistas motivados e a lutar por objetivos”.
Hélder Braga considera “Cadetes é o escalão transitório, os ciclistas começam a ter contacto com a competição e nós queremos preparar os nossos alunos para as exigências que vão encontrar nos anos a seguir. Por isso, é neste escalão que começamos a exigir mais deles, mais responsabilidade, maior empenho e traçamos objetivos e a verdade é que eles acabam por se sentir bem com isso”.
TRABALHAR À DISTÂNCIA, MAS SEMPRE PERTO
As competições foram suspensas logo a seguir à Prova de Abertura e a Seissa suspendeu também os treinos da equipa na estrada. Os treinos são feitos, muitas vezes em equipa, mas cada um de sua casa.
“Agora o desafio é que os nossos alunos não parem de treinar, nem criem maus hábitos. Nós mantemos o contacto e tentamos dar-lhes ferramentas para continuarem a treinar, para quando começarem as competições eles estarem bem. Tento falar com eles e passar-lhes a mensagem para estarem ativos. No geral estão todos a treinar. Aliás, nós fazemos alguns treinos de equipa à distância, para que possamos estar juntos e possamos conversar todos. Esta é uma forma de manter o grupo unido, que também é importante para quando esta fase passar”.
“GRUPO NÃO ESTÁ DESMOTIVADO”
Hélder Braga sente que “o grupo não está desmotivado. Está a trabalhar de acordo com o plano que temos preparado, mesmo não sabendo quando vão voltar à competição treinam com a mesma seriedade”.
O diretor desportivo da Seissa garante que o clube estará sempre pronto para realizar as competições quando forem remarcadas: “não temos certezas quanto tempo vai durar esta suspensão. Mas a nós, enquanto estrutura de equipa, não temos problemas em correr em qualquer altura. Já estamos habituados a competir durante todo o ano. Quanto acaba a época de Estrada, arranca a de Ciclocrosse. Penso que na Estrada correr no inverno é mais perigoso para os atletas devido à chuva e ao frio. Mas ainda temos o verão e pode ser que se possam realizar as principais corridas nessa altura. Penso que seria o ideal”.
Seja com for: “neste momento o importante é a saúde dos atletas. Vamos respeitar as orientações da FPC e da OMS e mantermo-nos todos em segurança”.
OS DANOS DA PANDEMIA
A pandemia para além da suspensão das provas e o atraso na evolução dos atletas, traz outros problemas que podem afetar gravemente o ciclismo: a questão económica.
“Sem corridas as equipas não conseguem mostrar os seus patrocinadores, que, por sua vez, vão debater-se com graves problemas por não poderem laborar ou escoar os seus produtos. Depois da pandemia passar é que se vai perceber até onde ficou abalada toda a economia”, referiu Hélder Braga, que salientou “era importante haver corridas esta época, para as equipas poderem mostrar os seus patrocinadores e elas estarem, mais abertas em apoiarem os clubes. Se não houver mais competição esta época é sinal de que a pandemia não está ultrapassada e quanto mais tempo demorar a passar esta situação mais consequências negativas teremos. Para a modalidade será desastroso”.
HÉLDER BRAGA, UM DIRETOR DESPORTIVO NA LINHA DA FRENTE
Hélder Braga vive a atual pandemia de uma forma muito especial. Agente da PSP na zona do Porto, o diretor desportivo da Seissa vê-se privado de treinar com a sua equipa na estrada, mas está na linha da frente numa ‘guerra’ em que o inimigo não tem rosto…
“Ao contrário de uma grande parte da população de Portugal, não posso ficar a trabalhar de casa. Pertenço ao grupo de profissões que não podemos deixar de ir trabalhar. Há um grupo alargado de pessoas que têm que ir trabalhar todos os dias – as Forças de Segurança, os agentes da saúde, de bens alimentares, etc –, mesmo tendo receio. Nós temos que ir para proteger o país”, disse Hélder Braga.
O diretor desportivo da Seissa referiu ainda que “custa muito sair de casa. Deixar as filhas para trás e pensar que podemos trazer o vírus para casa. No fundo estamos a fazer um trabalho gratificante, de grande mérito e vestimos a camisola para ir à luta”, mas “se pudesse estava sempre em casa ao lado das minhas filhas, da minha esposa e dos meus pais. O que custa é ver ainda muita gente que continua a levar a vida normal, a passear nos centros, nas zonas ribeirinha. Em certas situações até se juntam mais agora, parece que está tudo normal. Isto custa um pouco porque estão a pôr em perigo toda a gente e todo o nosso esforço”.
“O MEU MAIOR RECEIO É DE PODER SER EU A LEVAR O VÍRUS PARA CASA”
Hélder Braga terminou esta semana a sua quarentena depois de um colega ter sido contaminado e já regressou ao trabalho: “esta é uma ‘guerra’ em que não se consegue ver o inimigo. Pode estar em todo o lado. Há sempre um receio de ser infetado. Tenho filhas, mulher e pais e o meu maior receio é de poder ser eu a levar o vírus para casa”.
De resto: “não tenho receio de desempenhar a minha atividade, que gosto e com que me identifico. Nesta altura temos como missão garantir a segurança dos cidadãos, mas seria bom que todos ajudassem. Espero que nesta fase que se aproxima, de grande tradição para as famílias portuguesas, as pessoas cumpram com o que está estabelecido, com as restrições, que não saiam de casa”.