A Associação Desportiva de Esposende desloca-se sábado ao recinto do CD Monserrate, em jogo da 11.ª jornada da Zona Norte B do Campeonato Nacional da III Divisão feminina de Voleibol.
O encontro realiza no Pavilhão Atlântico, em Viana do Castelo, e marca o regresso do conjunto de Esposende à competição, mas longe de estar ainda no seu melhor…
“Neste regresso pós-férias Natalícias (interrompemos os treinos duas semanas como medida preventiva) estamos com muitas baixas, lesões, isolamentos, muitas ausências, o que dificulta imenso a preparação dos jogos”, disse Rui Pedro Ribeiro, responsável pela secção do Voleibol da Associação Desportiva de Esposende.
“É DIFÍCIL FAZER UM TREINO EM QUE TODA A EQUIPA ESTEJA PRESENTE”
Como estão a encarar o regresso à competição? “Reconheço que com algum desgaste”, disse Rui Pedro Ribeiro, que afirmou que “é difícil fazer um treino em que toda a equipa esteja presente. Obriga a adaptações para garantir qualidade no treino, perdemos consistência, perdemos competitividade, as nossas atletas vão sendo convidadas para outros projetos e tudo isso vai impactando nas nossas ambições”.
“Muitas vezes a sensação que temos é que quando nos estamos a tornar competitivos, alguma coisa acontece que nos empurra um passo para trás…”, referiu aquele responsável, que assegurou que, “mas a verdade é que a nossa equipa técnica já se apercebeu desta realidade e sentimos que vamos contribuir para que este projeto vá crescendo sustentadamente, permitindo lançar valores seguros para o Voleibol. Estamos a crescer com limitações, com adversidades e isso vai contribuir para que nos tornemos mais fortes no futuro”.
A AD Esposende entra em 2022 na sexta posição, com dois pontos, referente a uma vitória (3-2). Rui Pedro Ribeiro considera que “tudo temos feito para elevar o nosso nível de jogo. E a realidade é que, em determinados momentos dos jogos ao longo da época, conseguimos manter parciais muito equilibrados com as equipas mais fortes. Infelizmente vamos alternando esses momentos bons, com momentos de incapacidade para responder à adversidade”.
Para o dirigente de Esposende “isso reflete um pouco a falta de maturidade competitiva da nossa equipa, situação normal atendendo à média de idades das nossas atletas” e lembrou que “o nosso projeto tem cinco anos… neste momento temos atletas na equipa Sénior com um ano de desporto federado…e em média as nossas atletas terão três, quatro anos de prática de Voleibol federado”.
“CAMPEONATO MUITO INTERESSANTE”
Já sobre o campeonato, Rui Pedro Ribeiro refere que “está a ser um campeonato muito interessante. Há bastante qualidade nas equipas que ocupam os primeiros lugares, equipas muito bem organizadas e que, com naturalidade, se estão a impor”, mas “a realidade é que as restantes equipas vão lutando para contrariar o maior poderio das formações mais fortes, conseguindo, pontualmente, criar algumas dificuldades”.
Que objetivos tem a ADE para este ano? “No nosso projeto, não podemos estar orientados para resultados. A nossa orientação é sempre para a tarefa! Nós ainda não temos condições para lutar por objetivos desportivos de forma ambiciosa. E se nos orientamos para resultados, acabaremos por contribuir para desmotivação, nossa e dos atletas”, disse Rui Pedro Ribeiro, que salientou que “então o nosso foco está na tarefa… e para tal temos que nos focar nas várias tarefas”.
Portanto: “o nosso objetivo será sempre ter o melhor resultado possível na tarefa que estamos a executar! Depois avaliamos as tarefas (todas) que executamos e analisamos. Se constatarmos que houve evolução, significa que cumprimos o nosso objetivo”.
“FALTA MUITA COISA…”
A ADE é um projeto que precisa, sobretudo, de tempo? “Neste momento precisa de mais do que de tempo…Com três anos de projeto, colocamos uma equipa num Campeonato Nacional de Juniores. Dessa equipa, só temos três atletas e uma vai sair agora para outro projeto. O que nos leva a questionar, o que será que nos falta? E sim, falta muita coisa… falta conseguir reter atletas, falta condições de treino, falta espaço de treino, falta equipamento desportivo… Para tudo estamos dependentes de algo!”.
O Voleibol em Esposende ainda tem um longo caminho a percorrer? “É um facto… mas está a ser muito gratificante dar estes primeiros passos”, disse Rui Pedro Ribeiro.