“Estou feliz com tudo que fiz em Tóquio, mas a frustração continua presente pelo 11.º lugar… claramente não era o objetivo, nem o fruto do esforço que fiz durante cinco anos”, foi assim que Antoine Launay, canoísta da DKC de Viana, abordou a sua participação nos Jogos Olímpicos de Tóquio.
O canoísta, que esteve em Viana do Castelo onde reviu os colegas de clube, visitou a cidade que representa e ainda foi homenageado pela Câmara Municipal de Viana do Castelo, teve uma participação muito positiva nos Jogos Olímpicos de Tóquio, tendo ficado às portas da final da prova de Slalom ao terminar as meias-finais em 11.º (passavam 10).
“CAMINHADA LINDA E EXPERIÊNCIA MARAVILHOSA”
Antoine Launay considera que “a caminhada foi linda e uma experiência maravilhosa. Estava no topo para essas Olimpíadas e a preparação foi excelente”, mas “senti falta da minha equipa médica em Tóquio, o que foi muito difícil de ultrapassar fisicamente. Eu só tive cuidados nos últimos 10 dias antes da minha competição. O fisioterapeuta que tive lá era ótimo, mas não me conhecia e também não conhecia o meu desporto. Então tivemos que nos conhecer, enquanto se trabalhamos o ano todo em equipa faz-se um trabalho mais preciso, mais eficaz”.
Afirmando que “o COVID complicou muito as coisas”, o canoísta do clube de Viana do Castelo referiu que “o trabalho mental pôde continuar remotamente e foi ótimo, mesmo que minha equipa na Europa não dormisse muito… porque tinha de trabalhar quando eu estava acordado, ou seja, à noite na Europa”.
“ESTOU A PENSAR NO FUTURO”
Antoine Launay é, tal como o provou nas últimas épocas, o canoísta nacional mais forte no Slalom e é, por isso, apontado como um dos candidatos para os Jogos Olímpicos de Paris…
“Estou a pensar no futuro e a criar um projeto para 2024. Só irei a Paris se tiver certeza de que tenho condições de ir buscar uma medalha. Isso é apenas o que eu sinto falta. Me divirto muito na água, deslizo bem, adoro andar de caiaque, mas o investimento em tempo, dinheiro e energia é grande demais para terminar em 11.º. Eu quero medalhas, Copas do Mundo, Campeonatos do Mundo e Olimpíadas se continuar”.
“O meu desporto é cheio de incertezas, mas se continuar quero ter todas as condições para formar uma grande equipa que estabilize o atleta e permita que ele atue. Atualmente eu administro muitas coisas além da canoagem, o que consome muita energia na minha performance. Tenho que concentrar toda a minha energia na minha preparação, meu corpo, minha mente, minha navegação. Não posso estar preocupado com problemas de dinheiro, problemas de disponibilidade do treinador, do fisioterapeuta ou com o salário da minha equipa…”.
Antoine Launay, que vai ser sujeito a uma intervenção cirúrgica brevemente, não compete mais esta temporada a nível internacional, podendo fazer apenas o Campeonato Nacional de Slalom, que está marcada para dezembro.
“SÓ VOU COMEÇAR A NOVA OLÍMPIADA QUANDO TUDO ESTIVER CLARO”
Depois… “só vou começar a nova Olimpíada quando tudo estiver claro. Quer no que diz respeito aos apoios financeiro, a equipa que vai me acompanhar…”.
“Vou fazer um dossiê com um projeto, com os planos de treino, os locais das competições, a equipa que me deve acompanhar e o dinheiro necessário para isso. Depois com o apoio que receber, verei se isso dá para lutar por uma medalha”.
“Pessoalmente dou tudo o que tenho e estou agradecido por fazer o que amo e o meu trabalho, mas tenho de viver e para conquistar medalhas são precisas condições”, disse Antoine Launay, que agradece “o enorme apoio que recebi da Viana do Castelo”.