“O nosso foco tem sido em trabalhar para sermos Campeões Nacionais. Nós, internamente, traçamos como objetivo lutarmos pelos títulos e as atletas também assumiram essa ambição. Estamos a trabalhar nesse sentido”, assumiu Rui Costa, treinador da equipa Sénior Feminina de Basquetebol do Vitória SC, formação que assumiu a liderança isolada da Liga Shoiy na véspera da passagem de ano.
Rui Costa referiu ainda que “o que nos foi pedido e que nós assumimos por completo é estar na luta pelos títulos. Estamos a trabalhar no sentido de lutarmos pelo título nacional. Se o vamos conseguir ou não, isso depende de vários fatores e há várias equipas com as mesmas ambições do que nós e só uma vai conseguir lá chegar”.
“Nós estamos a trabalhar para ser campeões…mas ainda há muitos objetivos para alcançar, muito para crescer e melhorar para chegarmos ao título. A luta faz parte e não vamos desistir dela, mas estamos cientes que temos de continuar a trabalhar imenso”.
“AINDA HÁ MUITA COISA QUE TEMOS DE FAZER MELHOR”
Rui Costa vai mais longe e refere que “a classificação atual não nos pode iludir…digamos que é boa, é bom para os adeptos, eles merecem este primeiro lugar, mas nós, enquanto equipa, não podemos ficar a olhar para a classificação. Temos de ter a noção do que fazemos em campo e ainda há muita coisa que não fazemos tão bem como queremos e temos de fazer”.
Que aspetos é que pretende ver melhorados na equipa? “Temos algumas lacunas defensivas para melhorar, queremos que algumas jogadoras rendam e joguem mais. Ofensivamente temos de resolver as questões de ritmos de jogo, de turnover… há muitas coisas que temos de fazer melhor. Quando olhamos para nós e conseguimos ver algo mais do que o resultado desportivo, temos a noção que estamos a fazer muitas coisas bem, mas ainda há muitas coisas a melhorar. Só temos de ter essa consciência, analisar o que fazemos nos jogos e treinos, assim temos sempre os pés bem assentes no chão e podemos melhorar”.
“AS ATLETAS TÊM SIDO INEXCEDÍVEIS”
O Vitória SC termina o ano 2020 no primeiro lugar isolado da Liga Shoiy. Em 12 jogos disputados, a equipa de Rui Costa venceu nove e perdeu três (Benfica, Quinta dos Lombos e União Sportiva). Ao longo dos meses tem mostrado uma grande evolução e consistência. Rui Costa faz um balanço muito positivo destes primeiros quatro meses da época e não apenas pelos resultados desportivos…
“O balanço desta primeira metade da época é bastante positivo. Estou a gostar muito da envolvência da equipa. As atletas têm sido inexcedíveis, têm trabalhado bastante e bem, da forma como eu gosto enquanto treinador. Elas têm correspondido aos desafios”, referiu Rui Costa, que adiantou que “quando a tudo isto se juntam os resultados desportivos, então podemos ficar mais tranquilos, mais seguros do caminho que estamos a percorrer”.
Rui Costa confessa que “sou um treinador contente”, até porque “no início da época definimos os objetivos, o que queremos para nós e nós queremos é estar na discussão das competições em que participarmos”.
“Esta primeira metade da época serviu para provarmos a nós mesmo que se trabalharmos, ao nível do que queremos ser e estar, podemos lá chegar. Portanto, esta primeira metade da época serviu para nós ficarmos orgulhosos e seguros do caminho que estamos a percorrer”.
“TRABALHAMOS MUITO PARA ESTAR NESTE LUGAR”
Quanto tomou conta da equipa, alguma vez pensou passar o ano na primeira posição da Liga Shoiy? “Desde que fui contactado que os objetivos que foram falados e pedidos eram muito ambiciosos. Desde o início que lançamos essa meta para nós. Queremos anda nos primeiros lugares. Sabe bem estar em primeiro”, disse Rui Costa, que salientou: “mas nesta altura não é mais do que isso…estar em primeiro. Não vale nada ainda”.
“Trabalhamos muito para estar neste lugar, estamos contentes por isso, são resultados bons para o ego, nada mais do que uma ‘festinha’ ao nosso ego. Nós queremos muito mais do que isso…é bom, mas é preciso ter os pés na terra, temos de que continuar a trabalhar e a evoluir cada vez mais”, referiu Rui Costa.
Questionado quais foram as principais dificuldades que encontrou nesta primeira metade da época, o treinador do Vitória SC lembrou que “apesar do núcleo duro da equipa se ter mantido, a verdade é que em setembro começamos a construir uma equipa do zero, o que acaba por ser normal quando entra um novo treinador, com novas ideias e formas de jogar. Também entraram novas jogadoras e o desafio foi grande. É preciso tempo para que as coisas aconteçam. Para além disso tivemos algumas lesões e este contexto de trabalho, de não sabermos muito bem o dia de amanhã, de ter de alterar todo o planeamento semanal, dificultou imenso o nosso trabalho”, mas “a verdade é que toda a gente tem correspondido e mostrado disponibilidade para fazer sacrifícios, a resposta do grupo tem sido muito boa”.
“O NÍVEL DA LIGA ESTÁ MUITO ALTO”
Rui Costa chega a Guimarães para assumir a equipa Sénior feminina depois de uma passagem de um ano pela Islândia e sem nunca ter treinado a Liga Feminina, mas salienta que “sou alguém que gosta muito de Basquetebol e acompanha todos os escalões do Basquetebol em Portugal. Portanto, tinha uma boa noção do que nos esperava este campeonato, aliás, foi assim que acabei de construir o plantel”.
Quanto ao campeonato deste ano refere: “o nível da Liga está muito alto, tem muitas equipas com qualidade e com um bom nível de jogo. Agrada-me muito a realidade em que estamos inseridos”.
Com, praticamente, meia época jogada, o Vitória SC tem bem noção de quem são os principais adversários na corrida pelo título, pois já defrontou quase todos os adversários, faltando apenas o CAB Madeira, que devido às restrições do Covid 19 não joga desde outubro.
“Nesta altura a classificação ajuda a definir quem são os principais candidatos. Apesar de não ser 100 por cento linear, a classificação espelha o valor das equipas e aquelas que têm legitimas aspirações ao título. Nesta altura temos cinco, seis equipas muito fortes, mas podem ganhar e perder a qualquer momento, até porque estamos numa época atípica e se uma lesão muda o ritmo de qualquer equipa, a questão covid tem uma grande influência. Nós temos a sorte de ainda não ter parado de treinar, mas ninguém sabe se isso não vai acontecer e até pode acontecer do play-off e duas semanas de paragem prejudicam e muito as equipas”.
RENDIDO A GUIMARÃES E AO VITÓRIA SC
Rui Costa está no Vitória SC há cerca de quatro meses, um clube que conhecia porque já o tinha defrontado e admirava a devoção dos seus adeptos, mas hoje, confessa-se rendido…
“Fiquei agradavelmente surpreendido com o que encontrei aqui. Já tinha sido abordado para ingressar no clube com outras funções, mas ainda não tinha acontecido. Joguei algumas vezes contra o Vitória SC e já admirava de fora o clube e a cidade, que vive o seu clube de uma forma que não há igual. Os adeptos e as pessoas de Guimarães interessam-se e vivem o desporto do clube, tudo isso é algo que marca, que nos dá mais vontade de os deixar satisfeitos, de lhes dar alegrias. A estrutura também tem sido incansável, tem feito um esforço grande para que nada nos falte, para criar todas as condições para fazermos o nosso trabalho”.
Os adeptos fazem falta nos jogos? “Os adeptos fazem muita falta…custa a entender a falta de prioridade do desporto no panorama nacional e é algo que nós, que estamos no desporto temos de combater. Não consigo perceber porque os jovens não podem praticar desporto e preocupa-me que os clubes, as equipas não possam mostrar o que estão a fazer. Estamos num ano diferente, mas, felizmente, encontraram-se soluções e criou-se condições de segurança para que as pessoas pudessem ir a eventos, mas não aos eventos desportivos. Se há condições de segurança para se assistir a outros tipos de eventos, com certeza que também há para se ir a um pavilhão assistir a um jogo de Basquetebol ou de outro desporto”.