“O grande objetivo é a manutenção e queremos consegui-la o mais rapidamente possível” foi assim que Luís André Paço, treinador do Vitória SC, abordou a época da equipa de Guimarães, que vai participar na Fase dos Últimos do Campeonato Nacional da I Divisão masculina de Voleibol.
O Vitória SC não conseguiu assegurar a presença na Fase dos Primeiros – que lhe garantiria a manutenção automática – ao terminar na nona posição a escassos dois pontos do oitavo classificado…
“A nossa ideia era ficar nos oito primeiros lugares nesta primeira fase, o que nos garantia desde logo a manutenção e outra tranquilidade para o resto do campeonato”, referiu Luís André Paço, que adiantou: “não tivemos um calendário muito favorável, os jogos com as equipas que, a partida, seriam mais acessíveis foram fora de portas e ainda por cima houve jogos adiados, que tiveram de se realizar bem fora do previsto. A desistência do CD Póvoa também acabou por nos prejudicar porque ganhamos e acabamos por ‘perder’ os três pontos, o que nos atirou mais para baixo na classificação, quando até estávamos bem”.
Portanto: “o calendário adverso, o constante adiamento dos jogos e as lesões foram prejudiciais para nós”, disse o treinador do Vitória SC, clube que terminou a primeira fase na nona posição.
“Terminamos a fase com quatro vitórias seguidas e esses jogos eram de há uns meses atrás, ou seja, se se tivessem realizado na altura certa, talvez o nosso desempenho tivesse sido outro” lembra Luís André Paço, que referiu que “o próprio sistema desta primeira fase – jogada a uma só volta – acaba por não ser justo. Sabíamos que tínhamos de vencer sete jogos para ficar apurados e os jogos com as equipas em que poderíamos fazer pontos foram, praticamente, todos fora de portas. Mesmo assim conseguimos vencer seis jogos, mas a sorte não esteve no nosso lado”.
Luís André Paço lembra que “olhando para o campeonato, penso que houve um jogo em que podíamos ter feito melhor, frente ao CN Ginástica, mas ficamos sem líbero, que fez uma lesão no joelho. O Oposto lesionou-se no pé e não pode jogar. Tivemos de utilizar um atleta que vinha de uma paragem de 10 dias. A derrota frente ao CN Ginástica acabou por nos tirar a hipótese se seguir para a Fase dos Primeiros”.
“ESTAMOS A ENCARAR ESTA FASE COM OTIMISMO”
Agora vem aí a fase decisiva… “o nosso grande objetivo continua de pé, que é a manutenção. A equipa esteve bem nesta fase final do campeonato e está motivada para a nova fase. Estamos a encarar esta fase com otimismo e queremos muito garantir a manutenção o mais rapidamente possível”.
“Claro que era preferível estar na Fase dos Primeiros, a equipa é muito jovem e gostávamos de estar a jogar tranquilos, até porque como não íamos lutar pelo título seria mais fácil de encarar os jogos” referiu Luís André Paço, que acrescentou: “aqui a pressão será maior, temos de conseguir os pontos necessários o mais rapidamente possível para escapar das últimas posições, mas penso que temos valor e condições para isso”.
A falta de experiência levou a equipa a perder alguns pontos na primeira fase? “Claro que a falta de experiência, de serenidade e algum traquejo levaram-nos a perder pontos. No jogo com o Ginástica, e apesar de todas as outras condicionantes, facilmente chegamos ao 2-0 e depois veio à tona a inexperiência e não conseguimos fechar o jogo. Perdemos o set (2-1) e depois pesa tudo. Na ‘negra’ tivemos três bolas para fechar o set e acabamos por perder. Mas é como digo a equipa é muito jovem e inexperiente e para ganhar experiência e rotina têm de estar lá dentro, leva o seu tempo”.
“ESTOU MUITO SATIFEITO COM O GRUPO”
Luís André Paço garante, no entanto, que “estou muito satisfeito com este grupo, são jovens com potencial, que trabalham muito, mas claro têm de crescer e é a jogar, a ganhar e a perder que cresce. É esta a arte do desporto”.
Sobre a segunda fase do campeonato, que arranca a 19 de dezembro, Luís André Paços considera que “temos capacidade para conseguir a manutenção. Na primeira fase apenas perdemos com o CN Ginástica. Claro que isto é tudo muito incerto, basta um atleta contagiado para levar a uma paragem. Depois nunca sabemos se jogamos de manhã ou à tarde, cancelam-se jogos… em circunstâncias normais penso que não teremos dificuldades em atingir os nossos objetivos, agora vamos ver como se desenrola esta fase”.
Afirmando que “o meu maior receio são os fatores extra que podem surgir”, Luís André Paço garante que a equipa, que preferia continuar a jogar, vai preparar-se para vencer já o primeiro jogo… “nós vamos aproveitar a paragem para refletir e trabalhar para estar na nossa melhor forma. Dia 19 arranca a segunda fase e queremos começar com uma vitória. O sorteio foi-nos favorável. Começamos com o Clube K, que, por norma, nesta fase da época vais buscar mais dois ou três estrangeiros porque não quer correr o risco de descer, mas pode não ter tempo de os integrar. Depois fomos felizes e as grandes deslocações – Açores e Lisboa – são na segunda volta. Na primeira volta jogamos três jornadas em casa e vamos ao AAS Mamede e Ala Nun’Álvares de Gondomar. Se não houver trocas e adiamentos o sorteio foi favorável e podemos atingir a nossa meta o mais rapidamente possível”.
Esta paragem é benéfica para o Vitória SC? “Eu e a equipa queremos é jogar sempre. Não queríamos parar, até porque estávamos numa boa fase. A alegria no treino é notória… a alegria no balneário depois de uma vitória é sempre contagiante e, portanto, o que queríamos era continuar a jogar. Este grupo gosta muito de trabalhar, treinam sete, oito vezes por semana e agora vamos estar sem competição durante 17 dias…”.