Pedro Martins vai orientar a recém-criada equipa de Juniores do Famalicense AC, clube que milita nos Campeonatos Regionais de Voleibol da AV Porto.
Pedro Martins mantém-se à frente do grupo que orientou na época passada como Cadetes e que sobe de escalão, numa modalidade que está em fase de transição. O clube decidiu suspender a equipa Sénior, por considerar que não tinha condições estruturais e financeiras para manter uma equipa na I Divisão, e vai, então, apostar mais na formação. A ideia é avançar, este ano, com duas equipas. Os Juniores, que já regressaram aos trabalhos embora condicionados, e outro escalão que será decidido em setembro.
FORMAR ATLETAS PARA RECONSTRUIR A EQUIPA SÉNIOR
José Manuel Silva, Vice-Presidente, começou por referir que “nós estamos numa fase de transição. Não vamos ter equipa Sénior este ano. Vamos apostar na formação dos atletas de forma a reconstruir a equipa Sénior no futuro, mas aí com os atletas formados no clube”.
“No último ano a equipa do FAC não tinha atletas formados no clube, até porque ao longos dos tivemos muitas dificuldades na formação. Por isso, não tínhamos atletas formados de raiz no FAC. Havia, isso sim, alguns atletas que tinham terminado a sua formação no FAC e que depois ingressaram nos Seniores”, disse aquele dirigente.
José Manuel Silva explicou que “agora vamos tentar que esta equipa, que agora sobe a Júnior e que já tem cinco anos de clube, se forme e depois consiga subir a Sénior”, de resto “achamos que tem que haver uma ligação entre a formação e os Seniores, até para que os atletas possam viver e sentir o clube”.
CLUBE COM MUITA MODALIDADES
O Famalicense já teve Seniores Masculinos e até Seniores Femininos, equipa que chegou a dar cartas nos vários campeonatos por que passou. José Manuel Silva lembra que o “o Famalicense é um clube com várias modalidades e vive de projetos. Nós damos oportunidades a todos os projetos que tenham sustentabilidade. A questão é que muitos projetos aparecem e até chegam ao topo, mas nem sempre têm continuidade. Por vezes, as pessoas mudam e os projetos seguem outro rumo”
No caso do Voleibol “houve uma série de fatores que levaram o clube a este estado, sobretudo, fatores estruturais. Este era o projeto do Dr. Gouveia Ferreira. Ele tinha o sonho de levar o FAC à I Divisão. Acontece que agora a estrutura não consegue fazer face às necessidades que uma I Divisão exige. É difícil encontrar substitutos à altura para acompanhar a equipa na I Divisão. E depois, claro, há a questão financeira e esta pandemia deixou-nos ainda mais apreensivos, mas foi sobretudo por uma questão estrutural que decidimos tomar a posição de suspender a equipa Sénior”.
APOSTAR NA BASE
Por isso, “achamos que a melhor forma de respeitar o trabalho desenvolvido pelo Dr. Gouveia Ferreira era apostar na base. Formar atletas e formá-los bem para que um dia possam chegar à equipa Sénior”.
No entanto, o trabalho apresenta-se difícil, pois não é fácil captar atletas para o Voleibol.
“Há poucos atletas de voleibol quer na formação, quer mesmo para os Seniores. A oferta de modalidades no masculino é muita e o Voleibol não é das primeiras opções. Por exemplo, no feminino já há mais atletas e tem tido um grande crescimento nos últimos anos”, disse aquele responsável, que lembrou que “o FAC já teve feminino e esteve na I Divisão, aliás ainda é o detentor do recorde de vitórias consecutivas, 53. Mas como disse,o Famalicense é um clube de projetos e o feminino terminou. Neste momento, não fazia sentido criarmos uma equipa feminina, uma vez que já existe em Famalicão um clube de Voleibol feminino”.
JUNIORES RETOMARAM ATIVIDADE
O Famalicense vai avançar com duas equipas de Voleibol Masculino na próxima época. Os Juniores já regressaram aos trabalhos, embora que muito condicionados devido às regras sanitárias impostas devido ao Coronavírus.
José Manuel Silva acredita que o Famalicense não vai perder atletas devido à pandemia: “a adesão tem sido boa. Os miúdos estão entusiasmados por voltarem a treinar, a conviver, com as devidas distâncias, com os amigos. Aliás o que verificamos é que a recetividade em todas as modalidades foi muito boa e não estamos a prever ter quebras. Se alguns atletas ainda não regressaram é mais pelo receio dos pais, mas a indicação que temos é que esses atletas regressam em setembro”.
De resta o Famalicense não está ainda a fazer a retoma nos escalões mais novos até por uma questão de mobilidade. “Os atletas dos Sub-13 para cima já não precisam dos pais para vir ao pavilhão, enquanto que os mais novos têm que ter o acompanhamento dos pais e enquanto não houver aulas é mais complicado”.