
Carlos Viana, ciclista de Guimarães que alinha na Casa Myzé Team, está apostado em conquistar o Campeonato do Minho de BTT XCO em Juniores. O ciclista de 17 anos venceu a primeira e única prova disputada até ao momento do calendário da ACM e mostra-se confiante quanto ao futuro.
Carlos Viana, que no defeso trocou as cores do Maiatos pelas da Casa Myzé Team, fez uma aposta para a nova época: dedicar-se a 100 por cento ao XCO, vertente que, garante: “mais me fascina, pela disciplina, pelo treino e por estarmos sempre no limite”.
“TREINOS ESTÃO A CORRER DENTRO DA NORMALIDADE”

Carlos Viana recomeçou a treinar no monte recentemente depois do Governo e da DGS terem levantado algumas restrições. Para já “os treinos estão a decorrer dentro da normalidade”.
O ciclista de Guimarães vai treinando sozinho, nada a que não estivesse já habituado: “eu treino maioritariamente sozinho durante todo o ano. Só ao domingo é que tínhamos treino de equipa e uma vez ou outra é tinha companhia durante a semana” e adiantou: “90 por cento das vezes treino sozinho, mais por uma questão de horários”.
Durante o estado de emergência, Carlos Viana não arriscou: “treinei sempre nos rolos. Felizmente tenho condições e tenho um bom rolo para treinar e tentei sempre tirar o máximo partido das condições que tinha para manter a forma que tinha conquistado no arranque da época”. Claro que “a motivação não é a mesma do que treinar ao ar livre, até porque eu não gosto muito de treinar nos rolos, mas isso acabou por servir de incentivo. Foi uma forma de me desafiar a mim mesmo e assim mantive-me minimamente motivado”.
“AS PRIMEIRAS SEMANAS FORAM MAIS PARA DESFRUTAR DA BICICLETA”

O ciclista vimaranense foi para o monte logo que foram levantadas as restrições, mas garante que “na primeira semana não sai todos os dias para o monte. Digamos que fui alternado os treinos ao ar livre com os rolos até para me adaptar à bicicleta, às mudanças de terreno, o andamento é muito diferente”.
Carlos Viana notou a grande diferença no primeiro treino… “o primeiro treino foi muito tranquilo porque parecendo que não, foi bastante tempo fora do monte e da bicicleta de BTT, foi preciso restabelecer o equilíbrio. Aproveitei para desfrutar da bicicleta, do monte e da natureza, porque isso é o mais importante”.
Por isso “na primeira semana os treinos foram mais para desfrutar da bicicleta, matar saudades do monte e readaptar-me ao andamento e esforço que fazemos no monte”, disse o ciclista da Casa Myzé Team, que adiantou que “a preparação física e o esforço que se faz no BTT e no monte é bem diferente daquela que se faz em cima do rolo. Eu tentei manter-me em forma, fiz três a quatro dias por semana de treinos de ginásio em casa para compensar um pouco a falta da estrada e do monte. É muita diferença e notei isso logo no primeiro treino em que saí. Claro que me consegui adaptar rápido, mas também porque me preparei bem durante o confinamento”.
“GOSTO DE TRABALHAR…MAS TER UM OBJETIVO DEFINIDO”

O que te tem custados mais neste período? “Não ter um objetivo definido. Gosto de trabalhar, de dar o meu melhor, mas ter um objetivo definido. O tempo tem sido de indefinições, continua a ser, mas já foi bem pior. Acredito que em breve poderemos ter algumas provas e, por isso, tento manter a minha motivação e os treinos. Quanto mais não seja treino para o futuro, estar parado não é, de todo, a melhor opção”.
Quando surgiu a pandemia do coronavírus a época velocipédica estava praticamente no início. Carlos Viana participou em cinco corridas: “participei numa prova do Desporto Escolar, participei na Resistência de Vila Franca, em duas provas do Regional, uma da ACM, que ganhei em Melgaço, e outra do Porto, e estive presente na prova da Taça de Portugal que se realizou em Vila Franca e em que fui o sétimo melhor português e cortei a meta em 18.º. Foi uma prova intensa, que teve imensos atletas estrangeiros, mas gostei da minha participação”.
BALANÇO POSITIVO DO ARRANQUE DA ÉPOCA

Carlos Viana faz um balanço positivo do arranque da época: “em relação ao ano passado, foi uma grande diferença para melhor. Também fiz um trabalho bastante duro durante o inverno, fizemos um bom planeamento da época para estar em boa forma em fevereiro. Fiquei satisfeito porque senti que o trabalho deu frutos e estava expectante quando às restantes corridas. Penso que estava em condições para discutir as provas, estava motivado”.
APOSTA NUM CAMPEONATO COM BONS VALORES
O ciclista vimaranense vai mais longe e garante que “no Campeonato do Minho o meu objetivo era conquistar o título de Campeão do Minho. No Campeonato Nacional a ideia é chegar ao pódio. São objetivos que tinha delineado no início da época”.
No entanto, Carlos Viana sabe que tem uma forte concorrência: “à exceção de dois atletas, os melhores Juniores de XCO estão no Campeonato Regional do Minho, que é muito renhido e muito disputado. Isso é bom porque me obriga a dar o melhor, a não facilitar”.
APOSTA NO XCO
Carlos Viana dedica-se este ano apenas ao XCO, deixando para trás as vertentes de Enduro e Estrada…

“O ano passado fiz Enduro e Estrada, mas este ano optei por me dedicar totalmente ao XCO”, disse Carlos Viana, que refere: “o XCO é a vertente do ciclismo que mais me fascina. Gosto de tudo, do treino, da disciplina e de estarmos sempre do limite. Sem dúvida que é do XCO que mais gosto”.
Carlos Viana não está há muito tempo no ciclismo federado: “comecei tarde a competir. Entrei como Cadete e para o Enduro”.
“Sempre gostei de andar bicicleta, mas era para me divertir, fazia passeios com o meu pai, os meus amigos. Depois um dia fui fazer uma prova de Enduro e logo a seguir participei numa prova de XCO do Desporto Escolar e apareceu o bichinho”, explicou o ciclista de Guimarães, que adiantou: “comecei na equipa do Maiatos, através de um contacto de amigos. E fiquei lá até ao ano passado”.
Entretanto, “este ano acabei por mudar para mais perto de casa. A Casa Myzé Team deu-me boas condições e estou muito satisfeito por cá estar”.
“O MEU OBJETIVO É EVOLUIR”

Carlos Viana está há pouco anos no ciclismo e, por isso, assegura que “o meu grande objetivo é continuar a evoluir” e quando ao futuro: “quero tentar chegar o mais perto possível de ser profissional. Em Portugal não é muito fácil chegar a profissional no BTT XCO, mas vou trabalhar para, primeiro, ingressar no pelotão de Sub-23 e depois logo se vê”.
E quanto a correr no estrangeiro? “Se surgir a oportunidade, claro que não recusarei. Vou trabalhar para chegar o mais longe possível. Tenho é que conciliar o ciclismo com os estudos. Depois é ir evoluindo e sem pressões penso que posso chegar a um bom nível”.
ALUNO EMPENHADO
A par do ciclismo, Carlos Viana não descura os estudos. O atleta de Guimarães está no 12.º ano e pretende seguir Ciências da Nutrição….
“Vou tentar entrar em Ciências da Nutrição, que é uma das minhas grandes paixões”, confessou Carlos Viana, que adiantou que “as coisas estão a correr bem e penso que vou conseguir entrar”. Carlos Viana está, como quase todos os estudantes, viu-se a estudar de casa, mas confessa que conseguiu conciliar todas as tarefas… “foi tudo uma questão de compatibilizar os horários. Com organização o dia dava para tudo, para os estudos, os treinos e a família, que para mim é muito importante”. De resto, o ciclista da Casa Myzé Team assegura que “os meus pais apoiam-me em tudo e também no muito no ciclismo. Eles consideram que é importante para o meu crescimento eu estar a fazer este trajeto no ciclismo”.