NATAÇÃO

ED Viana com balanço “bastante positivo”

A Escola Desportiva de Viana faz um balanço “bastante positivo” da curta época 2019/2020 de natação. O clube teve um considerável aumento de atletas, ganhou hábitos de treinos e uma entrega total dos nadadores. Em termos de resultados a formação vianense começava já a consolidar a presença nos grandes palcos da natação.

Nuno Carvalho, coordenador da natação da ED Viana, começou por referir que “o balanço foi bastante positivo” e não fosse a pandemia “deveríamos colher os primeiros frutos em finais de julho”. Com a suspensão de treinos e competições a natação e a ED Viana “vai sofrer um revés e será preciso tempo para regressar ao ponto em que estávamos antes da paragem” .

“NOS ESCALÕES MAIS NOVAS FOI ÉPOCA FANTÁSTICAS”

Sobre o balanço da da época, Nuno Carvalho começou por referir-se aos nadadores mais novos… “Nos escalões mais novos foi uma época fantástica. Tivemos um aumento muito grande de miúdos na pré-competição, que estavam bastante motivados para a prática da modalidade. Aqui o objetivo passava mesmo por cativar e motivar os atletas. Os resultados a nível técnico era o nosso grande objetivo e tivemos uma taxa 100 por cento de sucesso. Fiquei muito satisfeito com a entrega deles e os atletas estavam motivados. Estávamos no caminho certo para formar uma equipa forte no futuro”.

Sobre os Cadetes e os Infantis, Nuno Carvalho referiu que “estávamos a construir já uma equipa com bastantes regras, bem específicas para a modalidade. A incutir responsabilidade e compromisso com a secção quer aos atletas, quer aos pais porque a natação é um desporto em que aletas precisam muito do auxílio dos pais. Estávamos a criar hábitos de treino e estava a ser elaborada uma estrutura. Os resultados desportivos estavam a começar a aparecer e tínhamos atletas já muito bem colocados a nível de regional, praticamente, todos andavam nos 10 primeiros lugares a nível do regional, o que era um bom indicativo”.

“INFANTIS, PRATICAMENTE, TODA A EQUIPA FEZ TAC’S DE ACESSO AO ZONAL”

Nos Infantis “a equipa apresentou uma grande evolução, praticamente toda a equipa fez TAC’s de acesso ao Zonal. A equipa estava no bom caminho, eram atletas muito focados. Estava muito satisfeito com eles e com o compromisso eles com a secção. A taxa de assiduidade era de 96 por cento”.

Quanto à equipa de Absolutos, o coordenador da EDV salientou que “era uma equipa muito jovem, que estava a ser preparada e andava já em outros palcos. Tínhamos atletas que chegavam às finais nos meetings internacionais. Estavam a dar boas referências para o futuro. Aqui o balanço até fevereiro foi muito positivo. Estavam a fazer uma campanha como tínhamos planeado. Infelizmente não conseguimos dar continuidade ao trabalho que, este ano, terminaria em julho. O principal objetivo era preparar os anos seguintes… ficou interrompido”.

“VAMOS DAR UM PASSO ATRÁS”

A situação provocada pela pandemia do coronavírus veio interferir com todo o trabalho feito na ED Viana e Nuno Carvalho considera mesmo que “vamos dar um passo atrás no nosso trabalho. Esta paragem vai deixar muitas marcas a nível de tudo, principalmente, na quebra de rotinas, que é extremamente importante”.

Esta paragem pode, ainda, provocar o afastamento dos atletas na natação… “nos mais experientes, que têm anos de treinos, penso que esta situação vai provocar mais saudades da água, mas nos mais os mais novinhos esta quebra pode ser muito penosa mesmo e tenho muito receio que alguns nadadores se afastam. Não por estarem tanto tempo parados, mas, numa fase inicial, por medo dos encarregados de educação em deixar os filhos irem para a piscina”.

Nuno Carvalho considera mesmo que “a ED Viana não vai começar do zero, mas o retrocesso é ainda maior do que isso, penso que vamos começar do -1 ou -2” e explicou: “os nadadores estão habituados a estar sem água, um mês e meio, que é o tempo de férias. Neste caso podem estar sete a oito meses sem nadar. É uma situação nova para toda a gente, a não ser no caso de algum atleta que desiste e depois retoma a atividade, mas aqui estamos a falar de uma equipa inteira. São mais de sete meses e depois recomeçar pode levar a um desalento, um vacilar … será que agora quero ou não quero. Vai ser muito complicado gerir todas as emoções dos atletas, dos pais”.

“RECEBEMOS ORDENS EXPRESSAS DO CLUBE PARA O CONFINAMENTO”

O treinador da ED Viana lembra que “a primeira coisa que se fechou antes da pandemia foram as piscinas e acredito que serão as últimas a abrir, por isso, não prevejo um regresso tão cedo. Todos nós desejamos regressar o mais rápido possível, mas depende de muitas coisas, do evoluir da pandemia, da autarquia e do clube. Nós recebemos ordens expressas do clube para o confinamento, foi uma ótima atitude porque primeiro está a saúde, não queremos regressar e correr riscos de quando regressarmos termos que parar novamente. Quando regressarmos tem que ser com uma taxa muito reduzida de riscos… um caso na piscina podia ser o caos…”.

Nuno Carvalho garante que tem estado em contacto com os seus atletas: “falamos todas as semanas, falamos de quase tudo, mas não tanto de natação” e quanto a trabalhos refere que “não defendo treinos em seco. Enviei-lhes um plano de trabalhos para manterem a forma para irem fazendo. Não me preocupa as vezes que o fazem. Se calhar eu até prefiro que eles, quando puderam, vão dar umas corridas para o monte ou andar de bicicleta do que estejam presos em casa a fazer flexões”.

“NADADORES SÃO COMO OS PEIXES, FORA DE ÁGUA MORREM”

“A mim o que me tira o sono é eles não poderem treinar na água. Os nadadores são como os peixes, fora da água morrem”, disse ainda Nuno Carvalho.

Nuno Carvalho prevê muito trabalho pela frente “depois vamos ter um grande trabalho de recuperação de todas as capacidades dos atletas, desde logo temos que começar com o ganhar sensibilidade à água e, nos escalões mais baixos, o incutir da responsabilidade de treinar”.

“Muitas das coisas que fizemos ficaram nos atletas e depois é uma questão de regressar à piscina para as fazer reaparecer. Nos mais novos muita coisa vai-se perder, porque não foi estimulado diariamente, mas nessas categorias também é muito facilmente readquirir os conhecimentos”, disse o treinador da ED Viana que lembra: “o mais penoso será para os atletas que mudam de escalão e com menos sete meses de trabalho. Seja como todos eles vão ter que trabalhar muito para poderem chegar às suas melhores marcas… perdeu-se aqui sete meses de trabalho e vai ser muito tempo para recuperá-lo”.

“DEVEMOS COMEÇAR COM UM QUADRO COMPETITIVO REDUZIDO”

Por isso mesmo, Nuno Carvalho é da opinião que não deve haver competição em breve.

“Nas várias trocas de impressões com a Associação Natação do Minho e outros responsáveis já disse que sou contra a marcação de competições tão cedo. Em primeiro por uma questão financeira. Qualquer equipa de competição sobrevive com o suporte das escolas de natação, sem escolas não há meios financeiros para ir para as provas. Depois vem a parte desportiva e o que se pode esperar quando os atletas estão mais de sete meses fora de água? O que iria acontecer era eles ficaram desmotivados porque as marcas vão andar longe do que era o seu habitual”.

“Sou da opinião que devemos começar com um quadro de competições reduzido. Talvez apontar para as três competições fundamentais e depois ir acrescentando outras competições conforme as coisas forem correndo”, disse Nuno Carvalho, que sobre a primeira proposta da FPN em realizar o Campeonato Nacional em outubro, referiu: “nós nunca poderemos voltar ao trabalho antes de 15 de setembro, ou seja, os atletas vão estar oito meses sem treinos na água. Nos primeiros treinos os atletas não poderão estar mais de 20-30m na água. Portanto é prematuro estar a elaborar um calendário e apontar para outubro uns Campeonatos Nacionais. De resto, não temos conhecimentos do como se vai desenrolar esta pandemia. ‘Somos marinheiros de primeira viagem’ e ainda tudo é muito incerto”.

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