Iúri Leitão, ciclista de Viana do Castelo que alinha no GD Supermercados Froiz, mostra-se esperançoso no regresso das competições. O ciclista vianense, que nunca deixou de treinar na estrada, sente falta da competição, mas confessa que o mais difícil é mesmo “a incerteza quanto às provas”.
Iúri Leitão, que praticamente não teve férias, divide-se entre a Pista e a Estrada. Na Pista sagrou-se Campeão Nacional de Scratch e foi uma peça importante na campanha da Seleção Nacional, que lutou até à última prova pelo apuramento olímpico para Tóquio, que acabou por fugir. Na Estrada o ciclista, que fez a sua formação na Tensai/Sambiental/Santa Marta, só teve tempo de participar em duas provas, a Prova de Abertura e a Clássica da Primavera…
“FIZ A MINHA PREPARAÇÃO SEM QUALQUER RESTRIÇÃO”
Iúri Leitão, que pouco tempo tinha tido para se adaptar à Estrada – no dia nove estava a disputar a Prova Internacional Município de Anadia, em Pista e no dia 16 já participava na Prova de Abertura em Aveiro – não parou durante o estado de emergência. O ciclista vianense fez uso da autorização concedida aos atletas com contrato profissional ou com estatuto de alto rendimento e não deixou de fazer a sua preparação normal, mas com os devidos cuidados…
“Fiz a minha preparação, praticamente, sem qualquer restrição. À exceção dos dias em que estávamos limitados à extensão do nosso município, pude continuar a preparar-me da mesma forma que já fazia antes”, começou por referir o ciclista de Viana do Castelo, que lembrou que “pude continuar a treinar na rua graças a uma autorização que foi concedida a atletas com contrato profissional ou com estatuto de alto rendimento. Assim, consegui continuar a preparar-me mesmo neste período de confinamento”.
“TEM SIDO BASTANTE DIFÍCIL ESTAR SEM COMPETIR”
Iúri Leitão confessa que “tem sido bastante difícil estar sem competir”, mas mais difícil “é a incerteza quanto às provas, não sabermos quando poderemos voltar a competir”.
O ciclista vianense disse ainda que “penso que todos os ciclistas estão ansiosos pelo regresso das competições, mas é compreensível que não haja ainda uma certeza quanto ao regresso, pois vivemos uma época de muita incerteza em relação a tudo devido ao coronavírus. Só nos resta esperar”.
Quanto às regras que poderão ser impostas para que as competições se possam realizar, Iúri Leitão referiu que “sinceramente ainda não sei bem o que pensar acerca disso. O ciclismo é um desporto coletivo, nas provas todos os ciclistas estão juntos e por bastante tempo. Claro que fora de competição as regras terão que mudar, mas penso que não há muito a fazer quanto ao tempo de prova. Espero que encontrem soluções eficientes para bem de todos”.
“SENTI QUE ESTAVA NO CAMINHO CERTO”
A época velocipédica estava, praticamente, a começar. Iúri Leitão fez duas corridas – Prova de Abertura e Clássica da Primavera – e gostou do que conseguiu fazer… “senti que estava no caminho certo. Pude apenas fazer duas provas de estrada, mas senti que tinha entrado bem na temporada e que estava ainda a evoluir. Fiquei um pouco desiludido por não ter oportunidade de mostrar mais. Estou ansioso por voltar à estrada para mostrar algum trabalho à equipa”.
Antes de ter entrado na época de Estrada, o ciclista de Viana do Castelo esteve fortemente empenhado na Pista, tendo estado ao serviço da Seleção Nacional, que tentava chegar aos Jogos Olímpicos de Tóquio, e participou nas provas da Taça e do Campeonato Nacional. Uma vertente que acabou por lhe tirar o tempo de férias… “Quando a época de Estrada de 2019 terminou entrei na fase mais importante da época de Pista. Passei todo o outono e inverno dedicado a 100% aos objetivos que tínhamos na seleção de Pista e em fevereiro estava a preparar-me para voltar à estrada e recomeçar uma nova época.”
IÚRI LEITÃO: “SENTI-ME FELIZ E ORGULHOSO PELO TRABALHO QUE REALIZAMOS”
Sobre a campanha que realizou ao serviço da Seleção Nacional, Iúri Leitão confessou que “fiquei bastante feliz no final das competições que fiz ao serviço da Seleção. É verdade que não conseguimos atingir o grande objetivo, que era garantir um lugar nos Jogos Olímpicos, mas não me posso esquecer de tudo o que vivemos e fizemos durante todos os meses que antecederam esse momento. Sinto-me feliz e orgulhoso pelo trabalho que realizamos”.
De resto, este foi o primeiro ano em que a FPC apostou forte na Seleção de Pista: “apenas no ano passado fui chamado para a Seleção de Pista e sendo uma modalidade pela qual sempre fui apaixonado, foi uma enorme alegria poder representar o país em todas as competições. Comecei a competir com as cores de Portugal desde maio do ano passado e estive até ao Mundial de Pista, que terminou a um de março deste ano”.
CAMPEÃO NACIONAL DE SCRATCH
Quanto à participação no Campeonato Nacional, o ciclista vianense referiu que “fiquei muito satisfeito com o que consegui. O meu objetivo era conquistar o título de Campeão Nacional. Esse era o meu maior objetivo e felizmente consegui concretizá-lo”. Iúri Leitão sagrou-se Campeão Nacional de Scratch e foi ainda Vice-Campeão na Corrida por Pontos e na Perseguição Individual
Iúri Leitão começou a fazer pista em 2015, quando ainda era Júnior de primeiro ano ao serviço do Bairrada… “desde essa altura que nunca mais parei de competir na Pista. É uma vertente que gosto muito”.
PISTA OU ESTRADA? “TENHO O CORAÇÃO DIVIDIDO”
Interrogado sobre qual prefere Pista ou Estrada, Iúri Leitão, confessa, que “essa é a pergunta que sempre me fazem e aquela a que eu nunca sei responder. Tenho o meu coração dividido. Foi na Estrada que comecei e que cresci a fazer. A Pista era a paixão e um sonho que tinha. Não consigo dizer qual gosto mais, são igualmente importantes para mim”.
Iúri Leitão considera que a Pista é uma boa forma de preparar a época de Estrada…
“Fazer Pista é uma ótima forma de preparar a época de Estrada. Não só nós, que fazemos Pista com regularidade, mas também alguns ciclistas de Estrada fazem Pista antes do arranque da época, precisamente, para terem algum ritmo competitivo”.