
David Ribeiro, ciclista de Famalicão que alinha na L. A. Alumínios / L. A. Sport, está a preparar-se para o regresso às competições, com a firme disposição de “mostrar o nosso valor”, uma vez que as provas do arranque da época “não nos correram de feição”.
Com a época velocipédica ainda suspensa, David Ribeiro vai treinando, sobretudo nos rolos, mas sempre confiante que o pelotão possa levar a alegria e a magia do ciclismo por essas estradas fora…“com precauções, claro”.
“CORRIDAS BEM DISPUTADAS”

David Ribeiro, da LA Sport, participou nas três corridas do arranque da época: “foram corridas bem disputadas. Nota-se que há bastante equilíbrio entre as equipas. A LA Sport quero a ter feito mais e melhor, mas o arranque da época não correu de feição, o que também nos deixa com mais vontade de trabalhar e mostrar o que valemos quando regressarmos às corridas”.

A LA Sport partiu para 2020 com alguns objetivos, entre eles brilhar na Volta a Portugal.
“A Volta a Portugal pode não ser o único objetivo da época, mas é sempre a principal meta de qualquer atleta e equipa nacional”, disse David Ribeiro, que lembrou que “a equipa e nós, atletas, estamos muito focados no GP Jornal de Notícias, nos Campeonatos Nacionais e no Troféu Joaquim Agostinho. Com todas as provas concentradas em tão pouco tempo, penso que vão, certamente, muito competitivas”.
“HÁ DIAS EM QUE SAIO À RUA, MAS SÃO POUCOS”

David Ribeiro tem feito a maior parte da sua preparação em casa. “Há dias em que saio à rua, mas são poucos. Até porque o tempo também não tem ajudado e não podemos arriscar. Por isso, treino maioritariamente nos rolos. A nível de intensidade posso dizer que não reduzi, mas sinto uma quebra de resistência”.

Mas treinar continuamente nos rolos acaba por ser mais cansativo “treinar nos rolos cansa mais, principalmente, a nível psicológico. De resto, estar todos os dias a treinar afincadamente e estar focado é complicado porque não sabemos quando podemos regressar às corridas. Ainda vivemos numa altura de muita incerteza”.
David Ribeiro mostra-se, no entanto, confiante no futuro: “tudo depende de nós. Se formos todos responsáveis e tivermos os devidos cuidados podemos regressar a alguma normalidade. Agora se as coisas começarem a ficar fora de controlo de novo duvido que tenhamos corridas este ano”.
“ACREDITO QUE PODEMOS TER COMPETIÇÕES”

“Acredito que podemos ter competições esta época, aliás era importante que tivéssemos corridas este ano. Claro que vamos ter que seguir algumas regras, haverá muitas medidas restritivas, mas tem que ser. O ambiente de camaradagem, que costuma haver nas corridas, duvido que possa existir nos próximos tempos”, refere David Ribeiro, que acredita que “brevemente teremos uma evolução no combate ao vírus, como a criação de testes rápidos em larga escala, o que vai ajudar imenso”.

Quanto à realização das grandes provas, como a Volta a Portugal, o ciclista de Famalicão referiu que “sem a Volta a Portugal o ciclismo em Portugal quase que irá morrer porque se todos os patrocinadores investem a pensar nessa grande corrida. Por isso, é importante para todos que a Volta a Portugal se realize”, mesmo que “se tenha que, neste ano tão peculiar, que tomar fortes medidas de precaução. A Volta a Portugal é, praticamente, a salvação de uma época desportiva e do ciclismo em geral”.
OS RECEIOS
Questionado como vive o ciclista profissional esta situação de impasse tão grande, David Ribeiro referiu que “creio que todos estamos a viver isto da mesma maneira. Todos pensamos quando vamos regressar, se vamos regressar e em que condições. Todos trabalhamos diariamente sem saber quando teremos corridas. No meu caso penso muito no futuro da minha profissão… o que pode acontecer ao ciclismo depois do Covid-19?”.
